No final do século XVIII, na Inglaterra, tem início a Revolução Industrial, desencadeando o ingresso da Europa nos tempos modernos. Período de transição da produção artesanal para novos processos de manufatura (1760 a 1820 e 1840), trata-se de evento de elevada importância para a cartografia, uma vez que, com a geração de riquezas, foi possível um maior investimento na produção de cartas e instrumentos que melhoraram a precisão dos trabalhos. Os centros de poder político de então (Inglaterra, Alemanha e Holanda) se esforçavam para dar condições e incentivar o trabalho cartográfico. As guerras constantes que ocorriam no continente, a definição das novas nacionalidades e as lutas nos confins coloniais, entre outros, revelavam a necessidade de novos mapas e cartas extremamente precisos, disso dependendo desde o movimento dos exércitos à economia nacional.
A que isso levou? À passagem da realização cartográfica do recinto privado para ambientes públicos. Governos e exércitos, constatando a incapacidade privada para atender à demanda intensa e crescente por mapas e cartas detalhados, que dessem segurança às estratégias de operações, passaram a criar seus próprios serviços cartográficos, incumbindo técnicos e engenheiros militares a fazerem tal serviço. Por adição, tal interesse também buscava verificar o que Isaac Newton (1643-1727) já previa, a saber, que a terra era mesmo achatada nos Pólos. Assim embasados, governos criaram expedições que buscaram, respectivamente, medir um arco de meridiano em um ponto mais centro na esfera da terra, bem como, efetuar medições na região polar. O objetivo de ambas? Comparar os resultados obtidos para se chegar a uma definição sobre a forma da Terra.
Na esteira desses acontecimentos, a Inglaterra chegou a valores diferentes dos obtidos pelos franceses. A que isso levou? A um levantamento trigonométrico entre Londres (observatório de Greenwich) e Dover (cidade portuária localizada a sudeste de Londres), alcançando-se finalmente um consenso. Nomes importantes da revolução tecnológica da época, voltados à cartografia? John Hadley (1682-1744), responsável pela construção do primeiro telescópio refletor usado na astronomia; John Harrison (1693-1776), relojoeiro que inventou o cronômetro marinho, fundamental para a solução de problemas das longitudes; e Jesse Ramsden (1735-1800), que desenvolveu o sextante e o teodolito.
Por sua vez, o cálculo da longitude, um dos grandes problemas dos cientistas da época, ainda não era capaz de determinar com precisão a forma e tamanho da terra, um dos pontos fundamentais para findar incidentes marítimos.