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Cartilha de orientação política!

Nem sempre conseguimos equilíbrio entre as paixões políticas ideológicas, partidárias e a abertura aos que são, pensam, militam diferentemente de nós. Ao invés de adver­sários políticos, ouvimos gritos de “inimigos” daqui e dali. A Cartilha de Orientação Política distribuída amplamente às comunidades de nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto deixa isso muito claro na página 10, principalmente quando afirma “de que Igreja Católica louva e aprecia o trabalho de quantos se dedicam ao bem da nação e tomam sobre si o peso de tal cargo, a serviço dos homens […]”.

Aqui vemos sublinhado de que o “bem comum” será sempre fundamental e referência para qualquer pessoa que se apresente para integrar o mundo da política. Política não é meio de vida, não permite que homens e mulheres defen­dam antes do bem comum, projetos de vida pessoal, parti­dária, corporativista, cada um cuidando tão somente de “seu metro quadrado”.

Esta segunda parte da cartilha lembra alguns trechos da mensagem vídeo do Papa Francisco aos participantes do encontro de políticos católicos em Bogotá, em dezembro de 2017. O Papa Francisco lembra a “necessidade de reabilitar a dignidade da política”, de que “precisamos de políticos que, em primeiro lugar, preservem o dom da vida em todas as suas fases e manifestações”, bem como que “devemos nos enca­minhar rumo a democracias maduras, participativas, sem as chagas da corrupção […]”.

Já num dos pronunciamentos, o Papa no Peru, questio­na: “Por que tantos ex-presidentes da América do Sul estão sendo presos, acusados de tanta corrupção?” Embora exista o esforço por manter escolas de fé e política, ainda são muito tímidas as adesões para essa formação. Muitíssimos dos agen­tes de Pastoral, fiéis e nem por último, clérigos só se deparam com as questões políticas às vésperas das eleições.

A cartilha sugere que “a formação da consciência política dos leigos não fique restrita aos períodos eleitorais. No dia a dia das comunidades cristãs se realizam palestras, fóruns com a participação de especialistas e lideranças sobre temas e rea­lidades da vida sociopolítica, econômica, jurídica e cultural”. Somos “provocados” a perguntar-nos se realmente abrimos espaço em nossas Comunidades para que um maior número de fiéis se interesse e se comprometa com questões políticas, ou se ficamos alienados, e por isso coniventes com um cená­rio político desolador, como é o do momento atual?

A cartilha também faz referência à Lei contra a corrupção eleitoral e a “Lei da Ficha Limpa”. “A ‘Ficha Limpa’ se originou de um projeto de lei de iniciativa popular em que a participa­ção ativa das comunidades católicas, na coleta de assinaturas, foi fundamental”.

A segunda parte da cartilha trata do “incentivo aos leigos e leigas na vida pública”. Lembra que “as eleições deste ano acontecem no contexto do Ano Nacional do Laicato”. Por meio do Documento 105 da CNBB: “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade, A Igreja sente a necessidade de maior presença do laicato católico no âmbito político, com convicções éticas e religiosas, tornando-se referência nos espaços políticos”. ”A CNBB estimula maior participação dos leigos na política, vencendo o preconceito comum de que a política é coisa suja e supérflua; ao contrário, ela é essencial para a transformação da sociedade”.

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