Cerca de 300 trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) fizeram uma manifestação, na manhã desta sexta-feira, 11 de setembro, na Esplanada do Theatro Pedro II, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico de Ribeirão Preto. Eles reivindicam a manutenção dos direitos trabalhistas conquistados ao longo dos últimos anos.
O ato foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Correios na Região de Ribeirão Preto (Sintect-RPO). A entidade diz que a ECT tem dois mil funcionários em 92 cidades da região – 1.500 carteiros. A principal reivindicação da categoria é impedir a privatização dos Correios. A pauta inclui ainda o repúdio ao corte de benefícios que, segundo o sindicato, reduziu a remuneração em até 35%.
A categoria está na quarta semana de greve e diz que só deverá retornar ao trabalho quando a empresa rever os benefícios retirados. A paralisação dos funcionários foi aprovada na noite de 17 de agosto. No dia 18, os trabalhadores ocuparam uma central de triagem do bairro Lagoinha, responsável por processar até 500 mil encomendas por dia antes da redistribuição para 92 cidades da região.
O local foi desbloqueado pelos funcionários por determinação judicial um dia depois. Na liminar, o juiz da 1ª Vara do Trabalho, Fabio Natali Costa, ponderou que o serviço postal é considerado essencial, inclusive no contexto da pandemia. Na tarde desta sexta-feira, a ministra Kátia Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), foi obrigada a encerrar a audiência de conciliação.
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect), a direção da empresa não quis discutir a manutenção das cláusulas sociais que não têm impacto econômico e salientou que a proposta já garantia tudo o que está previsto na legislação.
O procurador-geral do Trabalho, Luiz Flores, também pediu à ECT que fizesse uma proposta para fechamento de acordo, mas a direção da ECT afirmou que a única oferta já era já conhecida, com apenas nove cláusulas. Sem negociação, a ministra Kátia Arruda encerrou a reunião afirmando que a data para julgamento do dissídio coletivo será em 21 de setembro, e deu cinco dias para as manifestações dos advogados no processo.
Segundo a ECT, Ribeirão Preto conta atualmente com 17 unidades dos Correios (entre agências, centros de distribuição e de tratamento e unidades administrativas) e cerca de 570 empregados – são aproximadamente 400 carteiros. A empresa informa que diariamente são entregues aproximadamente 150 mil correspondências no município.