A Polícia Federal de Ribeirão Preto indiciou o vereador Samuel da Silva Sandrin (PR), de 32 anos, e mais 16 pessoas investigadas na Operação Cartão Vermelho, que apura um esquema de tráfico de drogas em Sertãozinho, deflagrada em 27 de abril. Sete dos suspeitos estão presos. O inquérito foi concluído no início de junho e remetido à Justiça Estadual. Também foi solicitado o bloqueio de seis imóveis no valor de R$ 2 milhões em nome dos investigados.
O vereador republicano está afastado da Câmara de Sertãozinho. A presidente do Legislativo, Márcia Moreira de Sousa Perassi (PSDB), diz que o parlamentar não está recebendo salário e nenhum suplente foi convocado porque a situação ainda não preenche os requisitos para tal medida. Sandrin, que está no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Araraquara, não pediu licença, mas ainda pode faltar até o equivalente a um terço das sessões ordinárias do ano.
Deflagrada em 27 de abril, a Operação Cartão Vermelho cumpriu cinco mandados de prisão e 15 de busca e apreensão na cidade e em Ribeirão. Drogas, armas e dinheiro foram apreendidos. Ao todo, 86 agentes da PF e do 43º Batalhão da Polícia Militar foram às ruas dos dois municípios. Além de 52 quilos de cocaína apreendidas, durante as diligências foi identificado um contrato de trabalho fictício que teria sido usado para lavagem de dinheiro, com pagamentos de R$ 168,3 mil, segundo a Polícia Federal.
O delegado Edson Geraldo de Souza, da Polícia Federal, disse em entrevista coletiva que a principal organização criminosa (Ocrim) de Sertãozinho foi desmantelada. Dois outros suspeitos de integrar a organização já tinham sido detidos na Operação Plácito, em março, e quatro estavam foragidos.
O delegado Flavio Vieitez Reis disse que a quadrilha teria perdido valor estimado em R$ 1 milhão desde o início das investigações, há sete meses. A Polícia Federal batizou a operação de “Cartão Vermelho” depois de descobrir, através das gravações telefônicas autorizadas pela Justiça, que os integrantes da Ocrim falavam a expressão: “Vamos para o jogo”. O vereador detido nega participação no esquema. A Polícia Federal vai investigar o empréstimo de armas de fogo da organização para outros grupos criminosos.