Não emitir poluentes devido à combustão e o elevado preço do combustível, esses são dois importantes fatores que têm levado o brasileiro a optar por carros elétricos ou híbridos. É verdade que o número desses veículos em território nacional ainda é pouco. De janeiro a agosto deste ano representavam 0,2% dos comercializados, mas vem crescendo.
O crescimento também é por conta da oferta. Até pouco tempo, somente a BMW, com o i3, apostava no carro totalmente elétrico. Atualmente, outras montadoras entraram de sola no mercado.
Apesar de serem econômicos e não agredirem o meio ambiente, um problema é o valor desses veículos comparados a modelos à combustão. O mais barato custa em torno de R$ 124,9 mil.
R$ 20 por semana
O advogado e professor Luiz Manoel Gomes Júnior, morador em Ribeirão Preto, tem carro elétrico há cinco anos. “O principal motivo que me levou ao carro elétrico foi a tecnologia. É inovadora, o carro tem uma resposta rápida e é extremamente econômico. Gostei também do design”.
Luiz foi um dos primeiros proprietários do i3 da BMW em território nacional. “Eu não tive receio. Eu confiei na marca. Foi uma experiência bastante interessante, porque fui aprendendo com o carro junto com o próprio pessoal da BMW. Foi um aprendizado e eles foram aprendendo também, pois dava dicas já que eu era o único proprietário na região”.
Para ele a experiência está sendo positiva. Luiz disse que comprou o primeiro i3 em 2015 e o vendeu posteriormente para adquirir os modelos novos. “Anunciei e vendi em uma semana”. “Se eu fosse definir, o carro é perfeito para a cidade. Na prática você sai com o carro para andar e volta com ele mais carregado. Vai gastar em média, R$ 20,00 por semana para recarregar (a recarga pode ser feita em uma tomada normal de 220w e demora 8 horas). O carro tem autonomia de 180 km por dia. O único defeito que é caro”, explica. O Tribuna apurou que o modelo de entrada da BMW, novo, custa cerca de R$ 205 mil o de outras marcas em torno de R$ 120 mil.
Crescimento em 2020
A Nissan é uma das montadoras que aposta no segmento. Para o diretor comercial da Keiji Nissan, em Ribeirão Preto, Evaldo Gomes Carvalho, os híbridos já fazem parte de um mercado, que terá um crescimento bem acentuado já a partir de 2020. “Com grandes investimentos das Indústrias automobilísticas que já vislumbram grande crescimento desta fatia de mercado os híbridos começam a cair no gosto dos consumidores de melhor poder aquisitivo pelo que representa em economia de combustíveis. Existem estudos das montadoras em trazer esta tecnologia para veículos mais baratos, fatos que aumentarão sobremaneira a adesão dos consumidores”, diz.
Luís Artur Nacarato, diretor comercial da Ontake Toyota, diz que as expectativas para os próximos anos são as melhores. “Uma vez que, além de baixo nível de consumo, esses modelos também poluem muito menos o meio ambiente”. O receio do consumidor não é mais um problema. “Ao contrário. O público já está procurando os modelos com essa tecnologia”.
Eduardo Lana, gerente da JAC Motors, cita que além da não emissão de poluentes, os veículos movidos por eletricidade têm baixo custo de manutenção. “Um carro térmico tem 18.000 itens, o elétrico 3.000. O consumo é baixo 300 km com R$20, isenção de rodízio e IPVA 50% menor. É ainda empolgante ligar o motor, acelerar e não escutar barulho algum”, diz. Para Lana algumas dúvidas surgem. “Por exemplo, quanto as baterias vão durar? O que fazer com elas depois? As do IEV40, por exemplo, são da Samsung, aguentam 4.000 ciclos de 100%, são muitos km, e com certeza futuramente surgirão empresas que vão fazer manutenção nelas”, finaliza.
RibeirãoShopping oferece estação de recarga
Instalada em 2015, a estação de recarga do RibeirãoShopping é uma das poucas na região. A iniciativa surgiu graças a uma parceria da BMW com alguns shoppings da rede Multiplan. Proprietários dos veículos elétricos compatíveis com o dispositivo podem ir até o estacionamento G1 do RibeirãoShopping e utilizar o BMW i Wallbox gratuitamente.
Diferença entre híbridos e elétricos
Muitas pessoas confundem os carros híbridos e elétricos. Os híbridos têm dois motores (elétrico e a combustão) que trabalham em conjunto. São utilizados classifica-os em três tipos: híbrido-paralelo; híbrido-série; e híbrido-misto.
O primeiro usa o motor elétrico para auxiliar à combustão. Nas séries é o contrário: o motor a explosão funciona como um gerador que carrega as baterias do automóvel, que, por sua vez, alimentam o propulsor movido à eletricidade. E nos mistos, os dois motores movimentam o veículo. Em baixas velocidades, o responsável por isso é o motor elétrico. A versão a combustão gera energia para recarregar as baterias junto com o sistema de frenagem. Quando a velocidade aumenta, o propulsor a explosão assume.
Já os elétricos utilizam motores alimentados por baterias recarregáveis. O único combustível responsável por fazer o automóvel se movimentar é a eletricidade.