Tribuna Ribeirão
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Cármen desiste de visitar presídio

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Con­selho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, acertou nesta segunda-feira, 8, a realização de mutirões carcerários e o regis­tro de presos do Estado de Goiás para enfrentar a grave crise peni­tenciária do Estado. A ministra, no entanto, desistiu de uma visita ao Complexo Prisional de Apa­recida de Goiânia (GO), palco no último dia 1º de um confronto en­tre detentos que deixou nove mor­tos, sendo dois decapitados.

Cármen viajou nesta segun­da a Goiânia, onde se reuniu a portas fechadas com o governa­dor Marconi Perillo (PSDB), o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), de­sembargador Gilberto Marques Filho, representantes do Minis­tério Público, juízes de varas de execução penal e integrantes da segurança pública do Estado.

“Os poderes têm de ser har­mônicos, mas independentes, e cada um tem de exercer seu papel constitucional. Vamos nos empe­nhar mais. Não vamos procurar culpados, vamos encontrar solu­ções”, disse Cármen na reunião, conforme relatos obtidos pela re­portagem. Em tom de orientação e alerta, a ministra também apro­veitou o encontro para questionar as autoridades goianas sobre as facções que atuam nos presídios locais, querendo saber quais são e como se organizam. “O cidadão brasileiro não aguenta mais ter que andar com medo durante o dia”, comentou a presidente do STF.

Durante a reunião, foi acerta­da a realização de mutirões car­cerários, onde serão verificadas a situação de presos, e a programa­ção de inspeções nos presídios goianos. Cármen ainda solicitou que as armas recolhidas sejam encaminhadas imediatamente ao Exército para destruição.

Indagado por Cármen sobre as medidas que serão tomadas a curto prazo, o governador de Goiás destacou a inauguração de cinco novos presídios, sendo que dois deverão ser entregues até fe­vereiro. “O sistema prisional no Brasil é muito complicado, ex­plosivo no Brasil inteiro. A situ­ação de Goiás hoje é muito mais segura que em outros lugares”, disse Perillo a jornalistas, ao dei­xar a reunião na sede do TJ-GO.

Visita – Auxiliares da minis­tra Cármen Lúcia disseram re­servadamente à reportagem que a visita foi cancelada por questão de segurança. O governador, no entanto, garantiu que a ministra estaria protegida caso conferis­se pessoalmente a situação do Complexo Prisional de Apareci­da de Goiânia.

“O presidente do Tribunal de Justiça esteve lá, foi recebido com total segurança, se a presidente do STF quiser ir lá agora, terá to­tal e absoluta segurança para a visita dela”, comentou Perillo. No entanto, o próprio presidente do Tribunal de Justiça de Goiás disse que aconselhou Cármen a não ir ao complexo penitenciário.

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