A Capela do Colégio Auxiliadora recebe, nesta segunda (03), às 20 horas, o encerramento do projeto “Madrigais – Do Renascimento ao Contemporâneo”, promovido pelo coral Madrigal Revivis, da USP (Universidade de São Paulo). O evento trará um grande concerto de música sacra.
O Madrigal Revivis tem regência do maestro Sergio Alberto de Oliveira, fundador dos Corais da USP. Neste concerto, o grupo será acompanhado pelos instrumentistas Giulia Salgado (percussão), Isaque Martins (piano), Letícia Assis (percussão), Mário Baylão (piano), Mateus Bonati (piano), Samora Aisha (percussão) e Erick Previato (guitarra/violão).
Fundado em 1970, o Madrigal Revivis é conhecido pela interpretação de peças renascentistas. Incorporado em 1989 ao Coral da USP Ribeirão – que, em 2018, comemora 35 anos de existência -, o grupo mantém a tendência do repertório de concerto, com músicas arranjadas para a formação coral e de vários períodos da história.
Ao repertório formado por obras que vão do Renascimento ao Contemporâneo, o grupo incorpora, conforme a ocasião, músicas de autores nacionais e internacionais, passando pelo sacro, spirituals americano e chegando a clássicos da MPB (Música Popular Brasileira), de compositores como Tim Maia, Marisa Monte, Milton Nascimento e Chico Buarque.
O coral tem se destacado por apresentações em eventos empresariais e festivos, palestras, concertos clássicos, flashmobs e outras intervenções artísticas. Os convites já estão à venda na sede do Coral da USP (rua Pedreira de Freitas, Casa 3 – Campus). O colégio está localizado na rua Rua Duque de Caxias, 927.
Sobre o concerto
Iniciado em 2017, o projeto pensado para concertos de câmara retoma as características originais do formato madrigal (grupo de coral pequeno, composto de 8 a 18 vozes). O estilo, nascido entre os séculos XIII e XVI, caracteriza-se pela liberdade em vários níveis: métrica poética e estilo de composição a várias vozes.
O programa do concerto propõe uma viagem musical pelo tempo, com ponto de partida na Renascença, onde o Madrigal Revivis foi buscar a composição do espanhol Tomás Luis de Victoria (1548 – 1611) “O Magnum Mysterium”, inspirada no nascimento de Jesus.
O clima reverente mantém-se com a execução de “Ave Maria”, de Heitor Villa-Lobos (Brasil, 1887 – 1959); “Pai Nosso”, de Mário Baylão (USP); e “Cantilena”, também de Villa-Lobos, com arranjo do maestro José Gustavo Julião de Camargo.
A próxima parada é já no século 20, com a interpretação, pela solista Letícia Assis, de “Lully, Lulla, Lullay” (Philip Stopford, Inglaterra), sobre a história de Herodes. Incidentalmente, a coralista Cristiane Bezerra recita poema de sua autoria.
A viagem adquire tom de lamento com a execução de “To The Mothers In Brazil”, dos suecos Lars Jansson e Gunnar Eriksson (arranjo), que homenageia as mães dos meninos mortos na Chacina da Candelária, em 1993.
“Pie Jesu”, cantado em seguida pelos solistas Letícia Assis e Isaque Martins, encerra uma curiosidade: foi composta pelo grande nome dos musicais norte-americanos Andrew Lloyd-Weber, no período em que ele incursionava pela música clássica.
A esta altura, o público já estará familiarizado com a parte mais contemporânea do programa, que prossegue com “The Lord Bless You And Keep You” (John Rutter, Inglaterra), “Dirait On” (Morten Johannes Lauridsen, EUA), “Shenandoah” (do folclore americano, com arranjo de Roger Emerson) e “Sailing” (Gavin Sutherland, EUA).
A última parada desta viagem se dá na Catalunha, com “El Noi De La Mare”, tradicional canção de Natal que será cantada em catalão original. Com arranjo de Ernest Cervera, a peça contará ainda com solo de violão de Luis Alberto Cipriano.