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Canções do grupo Rouge embalam musical ‘Brilha la Luna’

Por Ubiratan Brasil

A ideia surgiu de uma conversa informal entre o ator Diego Montez e uma colega com quem participava de uma telenovela. “Ela me contou que, até seus 16 anos, vivia em uma comunidade hippie onde não havia nenhum contato com a tecnologia ou mesmo com a cultura pop. A história me deixou fascinado e comecei a pensar em uma história sobre uma garota que passa a vida longe das grandes cidades até sofrer uma mudança radical e entrar no mundo frenético da televisão”, conta ele, contando como rascunhou o enredo de Brilha la Luna.


Para os fãs, o título revela um detalhe essencial do espetáculo: a trilha sonora é recheada com canções do grupo Rouge, girl group de música pop com cinco integrantes que alcançou enorme sucesso desde sua formação, em 2002. Logo ao nascer, a banda lançou hits como Não Dá pra Resistir, Beijo Molhado e, principalmente, Ragatanga, que ajudou as meninas a ganharem o apelido de Spice Girls brasileiras.

“Foi justamente quando ouvi Ragatanga, no café onde escrevia o texto, que me ocorreu a ideia de criar uma comunidade alternativa chamada Aserejé, onde Luna, a protagonista, viveu sua infância e parte da juventude”, continua Montez. “Sempre fui fã do Rouge, daquele de fazer plantão na porta de entrada dos shows, e sabia que as canções se encaixariam perfeitamente na história.”

Como sabia o repertório de cor, Montez apresentou o rascunho da história ao escritor Juliano Marceano e, juntos, começaram a desenvolver a dramaturgia.

Assim, Luna, ao perder os pais quando já está com 18 anos, conhece Diego, um mochileiro que está de passagem pela comunidade e que a convence de tornar maior a própria razão de viver. “Ela vai atrás do rapaz, em uma viagem de autoconhecimento”, conta Carol Botelho, que interpreta a personagem que, na cidade grande, participa por engano da seleção de um show de TV para selecionar talentos – trajetória semelhante ao do Rouge, que se formou no programa Popstars, do SBT.

A mudança, aliás, marca a vida das meninas que Luna vai conhecer, todas sofrendo uma grande alteração na trajetória ao longo da seleção de futuras estrelas. É o caso de Calíope, excelente bailarina que pouco se importa com as críticas pelo seu excesso de peso; ou de Tiffany, que evita ser apontada como menina rica; também de Thalia, drag queen apaixonada pelo assistente de direção; ou ainda de Lilith, menina interiorana, conhecida cujo sotaque caipira é enganador.

“Esse papel é um dos grandes desafios de minha carreira”, confessa Myra Ruiz que, com esse personagem, prossegue o plano de experimentar novos tipos.

“Lilith me tirou da zona de conforto, pois precisei trabalhar com um sotaque específico, diferente do meu modo de falar, além de me exercitar na comédia, um gênero que venho desenvolvendo em meus trabalhos mais recentes.” Lilith, aliás, é responsável pela grande virada da história, que não cabe aqui revelar.

“Um dos grandes trunfos do espetáculo é mostrar a força do feminino, do empoderamento das meninas dos dias atuais”, acredita Montez. “Isso permite que levantemos as bandeiras da nossa geração”, completa Myra. Para isso, a peça tem linguagem pop, acredita Carol. “As canções mostram como Luna descobre o universo e isso me obriga a exercícios vocais, pois o tom vai crescendo, se apresentando com mais força.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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