O Instituto Adolfo Lutz, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, confirmou na noite desta terça-feira, 13 de junho, três óbitos causados por febre maculosa em pessoas que contraíram a doença no município de Campinas.
As mortes, de uma mulher de 28 anos, de Hortolândia, e de um casal de namorados – uma mulher de 36 anos e um homem de 42 – ocorreram na mesma data, no último dia 8. As três pessoas estiveram em um evento na Fazenda Santa Margarida, na região rural de Campinas, em 27 de maio, e apresentaram sintomas da doença.
Até a tarde desta terça-feira, a causa de apenas uma destas mortes havia sido confirmada. Uma adolescente de 16 anos, que também esteve no mesmo local, está internada em Campinas e o serviço de saúde investiga se ela contraiu a bactéria.
Segundo dados do governo paulista, os municípios de Campinas e Piracicaba são hoje os que apresentam o maior número de vítimas da doença no estado. Desde o início do ano, houve dez casos de febre maculosa registrados nas duas cidades, com quatro óbitos, inclusive o confirmado ontem.
A prefeitura de Campinas informou que o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) desencadeou uma série de ações de prevenção, informação e mobilização contra a febre maculosa na Fazenda Santa Margarida. O distrito de Joaquim Egídio é mapeado como área de risco para a doença.
A febre maculosa tem cura, mas o tratamento precisa ser iniciado precocemente com antibióticos adequados. O Brasil registrou 49 casos ao longo deste ano, segundo atualização do Ministério da Saúde feita nesta terça-feira. Desse total, seis evoluíram para a morte do paciente.
A Região Sudeste é a que concentra a maioria dos registros, com 25, sendo oito no Espírito Santo, sete em São Paulo, seis no Rio de Janeiro e quatro em Minas. Em 2022, foram registrados 190 casos da doença no país, com 70 mortes. A Agência Brasil publicou matéria com mais informações sobre a doença.
Segundo a diretora do Devisa, Andrea von Zuben, os sintomas da doença – febre alta, dor no corpo, dor de cabeça, manchas avermelhadas na pele, e inchaço – podem ser confundidos com outras enfermidades.
“Por isso é importante que o médico sempre pergunte ou que o paciente relate que esteve em área de vegetação com presença de carrapato ou capivara. Com esse histórico, o tratamento deve ser iniciado imediatamente”, destaca. A doença é transmitida pelo carrapato-estrela, um parasita encontrado principalmente onde há capivaras.