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Bruno Galati – Cinco décadas dedicadas ao boxe

Aos 75 anos de idade, o italiano radicado em Ribei­rão Preto, Bruno Galati, tem a vida dedicada ao boxe. Como lutador, só não foi campeão mundial. Colecionou os de­mais títulos possíveis. Como treinador, formou campeões. Hoje, após 50 anos vivendo esquivando, socando e defen­dendo, Galati ainda continua em plena forma, fazendo o que mais gosta de fazer: vi­vendo o boxe.

“Eu sempre fui apaixona­do pelo boxe. Quando tinha 12 anos e morava na Itália eu já sabia que queria isso na minha vida”, conta Galati.

 

Apesar de ser profundo conhecedor da ‘nobre arte’, Galati se diz autodidata. “Eu aprendi sozinho. Fui trei­nando sozinho, competindo. Via e aprendia”, ressalta. E a vida dedicada ao boxe foi no Brasil. Deixou a Itália, aos 12 anos, e veio para Ribeirão Preto. Morou em outras cida­des, como São Paulo, Rio de Janeiro e Santos, tudo para competir.

Competindo conquistou os principais títulos do boxe, como Forja dos Campeões, Kid Jofre, campeão estadu­al, brasileiro, sul-americano, pan-americano. “Só não fui campeão mundial”, brinca. “O mais importante pra mim foi o título de campeão Bandei­rantes, em 1968. Eu treinava no Negrão Azevedo. Um mar­co pela dificuldade que foi”, diz, sem entrar em detalhes, falando que lutou contra um oponente de Portugal.

Mas Galati não se orgu­lha apenas pelas conquistas dentro do ringue como bo­xeador. Fala com orgulho das conquistas como treinador. Em 1977 montou uma acade­mia nos Campos Elíseos, na rua Almirante Barroso. “De­morei cinco anos com muitas dificuldades e luta para ter o único ringue oficial de boxe da cidade”, lembra.

Um grande museu
O ringue e a academia es­tão no mesmo local que, com o passar dos anos e com as conquistas, se transformou num verdadeiro museu his­tórico. Quem entra na acade­mia se depara com fotos, tro­féus e medalhas que contam um pouco da trajetória da família Galati, uma vez que o filho Bruno Alessandro, se­guiu os caminhos do pai (ver matéria nessa página).

Além das conquistas da família, lá também estão as de lutadores que foram criados e treinados pelos Galati. Foram mais de 180 títulos importan­tes. Mais de 15 atletas que in­tegraram a Seleção Brasileira e nomes fortes no pugilismo internacional como Luciano Donizete e o atleta olímpi­co, que representou o Brasil nas Olimpíadas de Sidney,na Austrália, José Ricardo.

Bruno Galati, que foi téc­nico da Seleção, não esconde o orgulho pelo esporte. “O que tenho é graças ao boxe. Criei meus filhos, minha fa­mília e fiz minha história dentro do boxe. Boxe é a mi­nha vida”, finaliza.

Seguindo os passos do pai

 

Bruno Alessandro Galati começou a seguir os passos do pai aos 13 anos de idade, já na academia. A história dele com a de Bruno se assemelham, não só pelo nome, mas pelas conquistas e caminhos que seguiram.

Alessandro, que é profissional de educação física e diretor do Conselho Regional de Educação Física, também é professor universi­tário. Como lutador, obteve as principais conquistas da modalidade, não chegando ao título mundial. Mas diz que ele e o pai eram de estilos diferentes. “O meu pai era muito forte lutando. Batia e derru­bava e eu não tinha essa força, tive que ir pelo lado da técnica, mas felizmente deu certo”, revela.

Assim como o ‘velho’ Galati, Alessandro também se tornou treinador e chegou à Seleção Brasileira. “ Aprendi tudo com ele e isso me orgulha”.

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