Nesta semana termina a campanha eleitoral, porque no próximo domingo já elegeremos nossos vereadores e decidiremos quem serão os prefeitos de nossos municípios ou levaremos dois candidatos ao segundo turno, previsto para o dia 29 de novembro. Na Vigília da Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia, na Polônia, no dia 30 de julho de 2015, o Papa Francisco falava aos jovens e ao mundo: “Se Deus lhe chamar para cumprir uma missão, não diga que não será capaz. Não pensem no que somos, no que fomos, mas no que poderemos ser e fazer, em favor de um mundo melhor”!
Costumamos, de um lado, rotular as pessoas por seu passado, e de outro, ignorar que a misericórdia é o segredo mais íntimo de Deus! A campanha eleitoral deste ano, em clima de pandemia, deveria ter sabor de misericórdia. “Misericórdia é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. Misericórdia é a Lei Fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. Misericórdia é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à Esperança de sermos amados para sempre, apesar de nossas limitações” (cf. Papa Francisco).
Campanha eleitoral em clima de pandemia trouxe consigo uma série de limites: de tempo nas emissoras de televisão aberta, de tempo e condições físicas para visitas ao comércio, empresas e residências dos, geralmente fiéis eleitores, sem mencionar as dificuldades oriundas de certo desencantamento, especialmente dos jovens entre 16 e 18 anos, que nem título de eleitor emitiram para essas eleições.
O que será necessário por parte de nós, eleitores, são o discernimento e a consciência política sobre os candidatos que realmente são vocacionados ao bem comum. Aqueles que são chamados por Deus para cumprirem a missão de resgatar a dignidade de nosso povo tão sofrido, explorado e enganado por um número razoável de políticos, que fazem de sua missão, um meio de vida.
Aqueles que se lembram dos mais pobres a cada quatro anos, quando os visitam, lhes prometem oportunidades, porém só lhes ofereçam “migalhas” depois de eleitos. Nem todos são assim. Há muitas pessoas honestas e comprometidas com o bem comum, desde as cadeiras que ocupam seja no Legislativo, como no Executivo!
Será necessário que acompanhemos com atenção a conduta dos candidatos, nesses poucos dias que restam para irmos às Urnas. Se não elegermos com critérios éticos nossos próximos vereadores e prefeitos, passaremos outros quatro anos “chorando o leite derramado”. Não poderemos eleger quem nos promete “coisas”, nem os que delimitam projetos pessoais desse ou daquele bairro.
Os vereadores deverão zelar por leis que promovam a solidária dignidade de toda a população, e não apenas de alguns grupos. Já os prefeitos deverão cercar-se de técnicos responsáveis e capazes de resgatar o bem-estar de seus munícipes. Elejamos governos que saibam dialogar com a sociedade, que sejam humildes e não se apossem do povo, subestimando sua honestidade e capacidade de emitir juízos.
A Igreja é chamada a oferecer sinais de presença e proximidade de Deus, despertando nos corações de todos a capacidade de olhar para o essencial nas próximas eleições: o bem comum e não o bem pessoal ou de interesses de alguns poucos privilegiados!