O Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto (Conppac) aprovou a primeira etapa de intervenção no Palacete Camilo de Mattos, imóvel localizado na rua Duque de Caxias nº 625, no Centro Histórico da cidade, a poucos metros do Quarteirão Paulista, de cara para as praças XV de Novembro e Carlos Gomes, onde residiram dois prefeitos.
A aprovação ocorreu em sessão extraordinária realizada na quarta-feira, 19 de abril. O Palacete Camilo de Mattos foi tombado pelo Conppac em 2008. A autorização é para o restauro das fachadas, das calçadas – externa e interna, de um cômodo do interior e do hall de entrada nobre.
As demais etapas irão ser objeto de deliberação nos próximos meses, durante o desenvolvimento da primeira intervenção. A previsão de entrega da fachada e dos dois cômodos é dezembro deste ano. Segundo os proprietários, o uso do palacete após a restauração ainda não foi definido.
O Palacete Camilo de Mattos foi inaugurado em 1922, ano de comemoração do centenário da Independência do Brasil. Ali morou, com a esposa, Joaquim Camilo de Mattos, que exerceu cargos de vereador, vice-prefeito e prefeito de Ribeirão Preto. No casarão também morou o filho dele, o ex-prefeito Luiz Augusto Gomes de Mattos, até 2006, ano em que faceleu.
A área total do imóvel é de 10.100 metros quadrados e a área construída é de cerca de 600 metros quadrados, com 19 cômodos, sendo oito na parte superior e onze no térreo, além de uma varanda. Nos fundos ainda há uma casa que era usada por um caseiro.
Visitação
Em reunião, nesta semana, entre o secretário municipal da Cultura e Turismo, Pedro Leão, o proprietário do imóvel, Ricardo Massaro, e o presidente do Conppac, Lucas Gabriel Pereira, foi acordada a abertura de visitação guiada ao imóvel no aniversário da cidade, dia 19 de junho, e durante a próxima edição da Feira Internacional do Livro (FIL), que será realizada entre 12 e 20 de agosto.
O proprietário irá disponibilizar profissional para as visitações. Um projeto da iniciativa privada promete restaurar, a partir deste mês, o Palacete Camilo de Mattos. As obras, em discussão desde antes da pandemia de coronavírus, se somam aos esforços de revitalização de outros espaços da cidade, como a Biblioteca Sinhá Junqueira, o Centro Cultural Palace e o Palacete Lobato, hoje um restaurante, que remetem ao período áureo do café.
Dois anos depois da morte do último morador, em 2008 o Palacete Camilo de Mattos foi tombado pelo Conppac de Ribeirão Preto, mas permaneceu por anos abandonado, até que, em 2016 foi comprado por empresários locais que se dispuseram em barrar a ação do tempo e recuperar a arquitetura original do prédio.
Antes disso, houve uma tentativa fracassada de a prefeitura adquirir o imóvel. Desde então, o local foi objeto de projetos e complementações para atender às exigências de preservação do patrimônio. O restauro está previsto para começar ainda neste mês e as obras terão início na fachada, depois seguirá para o saguão de entrada e para um dos quartos do piso superior.
Além da recuperação de madeiras, ferragens, ladrilhos e sancas de gesso, houve um estudo para recuperação da pintura original das paredes, trabalho que revelou desenhos, afrescos e contornos até então escondidos pelo tempo. Os empresários que adquiriram o espaço preferiram não revelar os custos de restauro do palacete.