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Câmaras paulistas aumentam salários

Câmara de RP - Foto JF Pimenta/Arquivo

A um ano das eleições mu­nicipais, câmaras municipais e prefeituras paulistas iniciaram movimento para turbinar os sa­lários. Os reajustes variam entre 40% e 179% e há casos em que a remuneração mensal pode che­gar a R$ 34 mil, para o Executivo municipal, e até R$ 20 mil, para o Legislativo municipal.

A onda de aumentos aprova­dos para si mesmos atinge não só cidades do interior do Estado, mas também municípios próxi­mos à capital paulista. Uma das primeiras a promover reajuste, de 49,1% nos salários do chefe do Executivo, vice-prefeito, se­cretários e vereadores a partir de 1º de janeiro de 2025, foi a Câ­mara de Ribeirão Preto.

Promulgação
O presidente do Legislativo, Franco Ferro (PRTB), promul­gou a lei nº 14.806/2023 em 21 de março, segundo consta no Diário Oficial do Município (DOM). À época, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) po­deria ter vetado o projeto ou pedido alterações, mas não se manifestou. A aprovação do reajuste dos salários ocorreu em 23 de fevereiro.

De acordo com a proposta, o subsídio mensal do prefeito passará dos atuais R$ 23.054,20 para R$ 34.384,86, aumento de R$ 11.330,66. Já o subsídio mensal do vice-prefeito saltará dos atuais R$ 11.527,10 para R$ 17.192,43, um reajuste de R$ 5.665,33.

O salário dos futuros secre­tários municipais, que recebem o mesmo valor do vice-prefei­to, será igual. O vencimento dos futuros vereadores subirá dos atuais R$ 13.809,95 para R$ 20.597,25, aumento de R$ 6.787,30. A remuneração dos diretores superintendentes das autarquias municipais vai subir.

Assim como o vencimento dos presidentes das empre­sas municipais, cujo controle acionário pertença ao mu­nicípio, mas ficará limitado ao valor estabelecido para os secretários e do vice – de R$ 17.192,43 – e será fixado na forma da lei e dos estatutos sociais, de cada empresa.

Onda
A onda de reajuste no salá­rio de políticos parece seguir o mesmo padrão no interior do Estado. Após a aprovação de aumento por uma câmara mu­nicipal, os municípios vizinhos seguem o exemplo. Foi isso que aconteceu na Região Me­tropolitana de Ribeirão Preto, onde cinco cidades aprovaram os reajustes em sequência.

Em Batatais, o aumento será de 40% para os vereado­res, o prefeito, o vice e os se­cretários. Em Luís Antônio, o reajuste será de 43% para os vereadores. Em Orlândia, os parlamentares terão reajuste de 80%. Em São Joaquim da Barra, será de 42% para legisla­dores, prefeito e vice-prefeito.

Barretos
Em Barretos, a Câmara aprovou, em 16 de fevereiro, projeto de lei que reajusta, a partir de 2025, os salários dos vereadores para R$ 11.751,85, contra os atuais R$ 6.484. Pelo menos em doze municípios, os políticos que vencerem as elei­ções do próximo ano vão con­tar com salários maiores.

Franca foi pioneira na re­gião. O projeto que reajusta o subsídio dos 15 vereadores da cidade foi aprovado na Câma­ra em 7 de dezembro do ano passado. Catorze parlamenta­res passarão a receber R$ 10,9 mil em vez dos atuais R$ 6,1 mil. O presidente do Legislati­vo, que hoje ganha R$ 7,2 mil, passará a ganhar R$ 12,8 mil.

De acordo com a Consti­tuição Federal, a remuneração do prefeito, vice-prefeito, secre­tários municipais e vereadores deve ser fixada pelo Legislativo municipal. Porém, reajustes fei­tos por uma legislatura só valem para o mandato seguinte.

Em Ourinhos, a Câmara não só aprovou reajuste de 52% no subsídio dos vereadores, como também estabeleceu o pagamento de 13º salário aos parlamentares com base em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Somente um dos 13 vereadores presentes na ses­são votou contra a medida.

Rio Preto
A aprovação do pagamento de 13º salário aos vereadores é outro padrão frequente obser­vado nas câmaras municipais de São Paulo. Assim como a eleva­ção no salário de políticos, a me­dida só valerá a partir de 2025. Entre os municípios que já apro­varam o aumento, São José do Rio Preto terá o maior reajuste.

A correção chega a 179% na remuneração dos vereadores. Com a medida, a cidade vai gas­tar, na próxima legislatura, R$ 10 milhões a mais com os novos salários. Porém, não foram ape­nas os vereadores que se benefi­ciaram. Os salários do prefeito e vice de São José do Rio Preto, as­sim como dos secretários, terão aumento escalonado.

Com isso, a remuneração do chefe do Executivo munici­pal, que hoje é de R$ 17,1 mil, vai passar para R$ 28 mil em 2025, e R$ 34,7 mil em 2028 – aumento de 102%. Em Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo, foi aprovado reajus­te no salário do vice-prefeito de 127%, indo de R$ 11 mil para R$ 25 mil a partir de 2025.

O município também aprovou reajuste no subsídio dos vereadores (58%), prefeito (34%) e secretários (35%). A professora da Fundação Ge­túlio Vargas (FGV-SP), Elida Graziane, explica que, segun­do a Constituição, os salários de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores devem ser fixados na legislatura anterior.

Elida Graziane alerta que “al­terações de subsídio para a mes­ma legislatura são inconstitucio­nais”. “O fato de esses reajustes estarem sendo pautados cerca de um ano antes das eleições decorre da tentativa de diluição dos custos políticos, porque o impacto fiscal tende a ocorrer apenas em 2025”, afirma.

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