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Câmara vai analisar ‘dossiê rachadinha’

ALFREDO RISK/ARQUIVO

O Conselho de Ética e De­coro Parlamentar da Câmara de Ribeirão Preto cancelou a reunião inicialmente agenda­da para esta sexta-feira, 7 de janeiro, em que seria analisa­do e votado o parecer parcial sobre as denúncias contra o vereador Sérgio Zerbinato (PSB), elaborado pelo relator Brando Veiga (Republicanos).

O Tribuna apurou que a reunião aconteceria às dez ho­ras da manhã, mas, apesar de várias tentativas, o vereador não havia sido localizado até a tarde desta quinta-feira (6), quando ocorreu a notificação. O encontro teve de ser transfe­rido para terça-feira (11), às 16 horas. Seria na segunda-feira (10), mas o advogado de Zerbi­nato está fora do país.

Sérgio Zerbinato é alvo de dois pedidos de cassação por suposta prática de “rachadinha” em seu gabinete. As denúncias foram feitas por Rodrigo Leo­ne e Gustavo Martins Fratassi, candidato a vereador na elei­ção de 2020 pelo Patriota e que teve 225 votos – não foi eleito. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) instaurou in­quérito e acompanha o caso.

A investigação foi aberta em 30 de novembro e está sen­do conduzida pelo promotor Sebastião Sergio da Silveira. O parlamentar é acusado pela ex­-assessora parlamentar Ivanilde Ribeiro Rodrigues de comandar, entre janeiro e agosto de 2021, o esquema dentro de seu gabine­te. A beneficiária seria a irmã do parlamentar, Dalila Zerbinato.

Ivanilde Ribeiro foi assesso­ra parlamentar direta de Zerbi­nato, cargo comissionado, com salário de R$ 7.973,42. Deste total, segundo ela, R$ 2 mil eram repassados para a irmã do parlamentar. O acordo teria começado quando a mulher foi nomeada, em 4 de janeiro, e durou até o início de agosto, quando foi exonerada do cargo.

Na denúncia, Ivanilde Ri­beiro Rodrigues apresentou uma gravação em áudio onde ela afirma conversar com Sér­gio Zerbinato sobre a devolução de parte dos seus vencimentos. O desvio de salário de assessor é uma prática caracterizada pela transferência de salários dos funcionários para o par­lamentar a partir de um acor­do pré-estabelecido ou como exigência para a contratação.

Tal prática é conhecida po­pularmente pelo termo “racha­dinha” e ficou ainda mais popu­lar após as denúncias contra o atual senador Flávio Bolsonaro (agora filiado ao PL, então no PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), quando era deputado na Assembleia Le­gislativa do Rio de Janeiro.

Porém, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou provas apresen­tadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro contra o agora senador Flávio Bolsona­ro. Caso seja condenado, Sér­gio Zerbinato perderá o man­dato e responderá pelo crime de improbidade administrativa e peculato. Também pode­rá responder na esfera penal.

Na reunião de terça-feira, o Conselho de Ética decidirá se as denúncias serão arquivadas ou se as investigações continuarão. O Tribuna apurou que a ten­dência é que elas continuem. O colegiado ainda deve solicitar ao promotor Sebastião Sérgio da Silveira o repasse de infor­mações sobre o assunto.

O Ministério Público teria um “dossiê” que comprovaria as denúncias. Nos documen­tos protocolados na Câmara de Vereadores, os denunciantes só anexaram reportagens veicula­das na imprensa sobre o supos­to esquema de “rachadinha”.

O Conselho de Ética é presidido por Maurício Vila Abranches (PSDB). O vice­-presidente é Brando Veiga e conta ainda com os verea­dores Renato Zucoloto (PP), Judeti Zilli (PT, Coletivo Po­pular) e Luis Antonio França (PSB). No dia 3 de fevereiro, quando terminar o recesso parlamentar, a Câmara fará eleições para escolha dos no­vos integrantes do colegiado.

Também serão homologa­dos os nomes dos integrantes das 15 comissões permanentes do Legislativo para o ano de 2022. A previsão é que somen­te Luis França, a pedido, deixe de participar do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. O prazo máximo para conclusão das investigações contra o ve­reador é de 90 dias contados da data da notificação. Zerbi­nato foi notificado em 16 de dezembro – portanto, o prazo vence em 16 de março.

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