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Câmara – Projeto cria fundo para crédito de milhas aéreas

FOTOS: ALFREDO RISK

A Câmara de Vereadores aprovou, na sessão desta ter­ça-feira, 2 de outubro, proje­to de lei de Renato Zucoloto (PP) que cria um fundo para utilização e administração dos prêmios ou créditos de milhas oferecidos pelas com­panhias aéreas aos agentes públicos municipais no exer­cício da função. A proposta passou com o aval dos 26 ve­readores – o presidente Igor Oliveira (MDB) só vota em caso de desempate.

Câmara aprovou a propos­ta de Renato Zucoloto por unanimidade, com 26 votos a favor: empresas aéreas dizem que somente pessoas físicas podem acumular milhas

A proposta aprovada de­termina que estas milhagens, quando provenientes de passa­gens adquiridas com recursos públicos pelo Executivo, Le­gislativo ou pela administra­ção indireta de Ribeirão Preto, sejam incorporados a um ou mais fundos municipais, con­forme a necessidade operacio­nal do responsável pela aqui­sição do serviço que concedeu o crédito.

Segundo o projeto, a partir da entrada em vigor da lei, toda compra de passagem aérea que tenha vinculado algum plano de prêmios ou créditos de mi­lhagens deverá ser precedida de consulta ao fundo corres­pondente. Caso exista crédito correspondente, as passagens a serem adquiridas deverão ser emitidas com os já existentes, independentemente das con­dições de voo apresentadas.

As passagens decorren­tes do acúmulo de milhagens também devem ser utilizadas exclusivamente em viagens a serviço da instituição que ge­rou o benefício. No entanto, especialistas consultados pelo Tribuna dizem que não é com­petência do vereador criar fun­dos, o parlamentar pode suge­rir a criação. Neste caso, dizem que a proposta poder ser con­siderada inconstitucional.

Problemas futuros
Além da suposta inconsti­tucionalidade, e apesar de ser uma proposta sob o ponto de vista político plausível, terá um desafio para poder sair do papel. O fluxo de viagens aéreas da administração mu­nicipal é pequeno e, portanto, a pontuação de milhas será baixa. Outro problema diz respeito ao fato da pontuação só ser permitida para pessoas físicas. Segundo duas compa­nhias aéreas consultadas pelo Tribuna, a pontuação de mi­lhas não é permitida para pes­soas jurídicas, o que inviabiliza o projeto aprovado.

Levantamento publicado pelo Anuário da Justiça de São Paulo em 15 de agosto indi­ca que a Câmara de Ribeirão Preto voltou a aprovar uma quantidade razoável de leis inconstitucionais em 2017. O Legislativo local fechou o ano passado na terceira colo­cação do ranking estadual da inconstitucionalidade, atrás de Suzano e São José do Rio Preto. Muitos projetos, porém, foram herdados da legislatura anterior. Além disso, diversos assuntos são considerados per­tinentes pela população e ser­vem para orientar o Executivo.

No ano passado, segundo o Anuário do Tribunal de Justi­ça de São Paulo (TJSP), foram impetradas 39 ações diretas de inconstitucionalidade (Adins) pela prefeitura contra leis apro­vadas pela Câmara de Ribeirão Preto, sendo que onze foram consideradas de acordo com a Constituição Federal e a Pau­lista, 28,2% do total. As demais 28, ou 71,8%, foram anuladas pelos desembargadores.

Em 2016, Ribeirão Pre­to estava na 15ª posição do ranking – a Corte paulista recebeu 28 pedidos de revo­gação. Mas a situação já foi mais preocupante. Em 2006, o Tribunal de Justiça deu o “bicampeonato” à Câmara ri­beirão-pretana por causa das leis inconstitucionais e emitiu um alerta para que os vereado­res fossem mais cautelosos ao apresentar projetos com vício de iniciativa, gerador de des­pesas e outros critérios.

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