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Câmara prepara nova CPI

ALFREDO RISK/ARQUIVO

Marcos Papa (Cidadania) apresentará, na sessão desta quinta-feira, 10 de março, pe­dido de abertura de Comis­são Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar descum­primentos de leis, contratos e convênios por parte da admi­nistração do prefeito Duarte Nogueira (PSDB). Para ser constituída oficialmente, a CPI precisa contar com a assina­tura de oito vereadores, mas, segundo o autor, as rubricas já foram obtidas.

Segundo o parlamentar, a CPI dos Descumprimentos Legais vai apurar se o prefeito Duarte Nogueira pode ter co­metido crime de responsabi­lidade por recusa de cumpri­mento de leis ou improbidade administrativa por ato atenta­tório aos princípios da admi­nistração pública. “São inúme­ras as leis descumpridas pela atual administração”, diz Papa.

“O prefeito está se arvorando à condição de juiz. Já falei e repi­to: Antônio Duarte Nogueira Jú­nior é prefeito, não é juiz. Publi­car um decreto dizendo que não vai cumprir uma lei feita por um parlamentar e aprovada pelo Le­gislativo, sem contar com uma liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), é abuso e isso não podemos tolerar”, emenda.

“Vamos investigar a fun­do todos os descumprimentos legais deste governo”, enfatiza. No documento, Papa elenca leis descumpridas pela atual administração mesmo após o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) negar liminar pleiteada pela prefeitura ao ajuizar ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra legislações pro­mulgadas pela Câmara.

Papa afirma que este é o caso da lei número 14.536, de 5 de março de 2021, de autoria da Comissão Permanente de Transparência, presidida por ele. A legislação dispõe sobre a obrigatoriedade de disponibi­lização no Portal da Transpa­rência dos estudos, pareceres e outros documentos que em­basam projetos de lei e projetos de lei complementar de inicia­tiva do Executivo.

O objetivo da lei, que foi apresentada à comissão por entidades da sociedade orga­nizada, é dar transparência às leis do prefeito, por meio da publicação dos documentos que embasaram os projetos. Ou seja, uma forma de a popu­lação entender, acompanhar e participar da elaboração de leis importantes e complexas, como o Plano Plurianual (PPA) e o Orçamento Municipal (lei Orçamentária Anual, a LOA).

O pedido de CPI cita, ainda, o descumprimento de leis mes­mo após o Tribunal de Justiça julgar o mérito e decidir pela constitucionalidade. É o caso da n° 14.020 de 7 de julho de 2017, de autoria de Papa, que dispõe sobre a divulgação de vistorias realizadas em equipamentos ur­banos, como pontes, passarelas e viadutos, no sítio oficial.

A Lei do Olhômetro, como ficou conhecida, foi julgada constitucional pela Justiça, que julgou a Adin da prefei­tura improcedente. No acór­dão, o desembargador enfati­za que “a lei hostilizada versa sobre tema de interesse geral da população, que consiste na divulgação de informações relativas às vistorias realizadas em equipamentos públicos”.

Por fim, o documento apon­ta matéria publicada no jornal Tribuna de 8 de março. A re­portagem mostra que a prefei­tura investiu menos recursos em educação ao longo do 2021 do que deveria, descumprindo o artigo 212 da Constituição Federal – prevê o investimento de, no mínimo, 25% dos valo­res arrecadados com impostos e transferências.

O município investiu apenas 23,45%. No ano passado, Ribei­rão Preto arrecadou, com receita própria e transferência de im­postos, R$ 2.050.587.786. Deste total, R$ 512.646.946 deveriam ser destinados à Secretaria Mu­nicipal da Educação, mas liqui­dou apenas R$ 480.823.383. Ou seja, R$ 31.823.563 a menos do que o mínimo obrigatório.

Por meio de nota, a prefei­tura de Ribeirão Preto diz que “pauta suas ações pela legalida­de estrita e a segurança jurídica. Não há nenhum tipo de des­cumprimento de leis por parte dessa gestão. Quanto ao percen­tual de investimentos na edu­cação, trata-se de questão que envolve centenas de municípios brasileiros, em razão da atipici­dade causada pela pandemia”.

Informa que “este é o objeto da PEC, Proposta de Emenda Cons­titucional (13/2021), já aprovada no Senado que tramita na Câ­mara dos Deputados. Ela prevê que os recursos não aplicados no período sejam investidos em educação em 2022 e 2023. Com a aprovação deste texto, a Secre­taria Municipal da Educação utilizará o recurso na construção de novas escolas, na melhoria da infraestrutura, na contratação de mais professores e na compra de material didático”.

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