Tribuna Ribeirão
Polícia

Câmara investiga morte de Lorenzo

A morte do bebê Lorenzo Manoel Faria Barros, de oito meses, no último sábado, 23 de fevereiro, depois de ser atendido, no mesmo dia, na Unidade Bá­sica Distrital de Saúde Doutor Sérgio Arouca (UBDS Norte), no Quintino Facci II, e tam­bém na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da aveni­da Treze Maio, no Jardim Pau­lista, será alvo de uma Comis­são Parlamentar de Inquérito (CPI) aprovada pela Câmara de Vereadores.

A CPI será presidida por Orlando Pesoti (PDT) e terá a participação de Igor Oliveira (MDB) e Isaac Antunes (PR), segundo a nomeação publicada no Diário Oficial do Município (DPM) desta quinta-feira (28). Por força do artigo 89 do Regi­mento Interno do Legislativo, a comissão tem de ser instaurada em no máximo dez dias corri­dos – e depois terá 120 dias para apresentar relatório, mas este prazo é prorrogável.

Autor do requerimento que resultou na abertura da comis­são, Orlando Pesoti ressalta que as condições estruturais e de atendimento na rede municipal de saúde precisam ser investiga­das. “As más condições encon­tradas nos estabelecimentos de saúde podem ser determinantes para a ocorrência de fatos graves como o que culminou na morte trágica de uma criança de quase oito meses de idade”, afirmou. A Polícia Civil e o Conselho Regio­nal de Medicina do Estado de São Paulo ( Cremesp) também investigam o caso.

Segundo o boletim de ocor­rência (BO) registrado pela família, primeiro Lorenzo foi atendido no dia 21 na UBDS do Quintino Facci II, e foi para casa depois de medicado. Na manhã do último sábado (23), ele passou mal novamente e vol­tou a ser levado para a Distrital Norte, onde passou por exames, foi medicado (recebeu uma inje­ção) e liberado em seguida.Três horas depois, foi atendido na UPA, onde faleceu. A família diz que o medicamento prescrito na UBDS era para crianças com mais de um ano de idade.

Segundo o secretário muni­cipal da Saúde, Sandro Scar­pelini, não houve falhas ad­ministrativas porque todos os procedimentos foram respeita­dos. A dúvida é quanto à con­duta do médico que atendeu o menino na UBDS, na manhã de sábado – se ele deveria ter encaminhado a criança para um hospital ao invés de man­dá-lo para casa.

O menino fazia tratamento de anemia falciforme – doença genética caracterizada pela alte­ração dos glóbulos vermelhos do sangue – na pediatria do Hospi­tal das Clínicas de Ribeirão Pre­to, e os familiares pediram para que ele fosse encaminhado ao HC, o que não ocorreu. Segun­do o BO, a família denunciou a equipe que estava no plantão da Distrital Norte de negligên­cia. Lorenzo Manoel foi enter­rado, sem velório, na manhã de domingo (24), no Cemité­rio Bom Pastor.

O laudo com a causa da morte ainda não foi divulgado pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO), mas a Secretaria da Saúde solicitou que um rela­tório provisório seja elaborado ainda nesta semana. A Polícia Civil investiga o caso como “morte suspeita”. Na tarde de terça-feira (26), houve protesto na UBDS do Quintino Facci II. Com cartazes e pedidos de “jus­tiça”, parentes e amigos dos fami­liares de Lorenzo foram cobrar explicações e a equipe médica chegou a ser ameaçada. A secre­taria cogitou fechar a unidade e remanejar os atendimentos para a UBDS Central e para a UPA se houvesse dúvidas quanto a inte­gridade dos funcionários.

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