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Câmara ‘encosta’ 90 projetos

Segundo levantamento feito pelo Tribuna no portal da Câ­mara de Ribeirão Preto, dos 275 projetos de lei que deram entra­da no legislativo no ano passa­do, 90 ainda não foram votados (32,7%), sendo 76 de autoria de vereadores e 14 do prefeito Du­arte Nogueira (PSDB). No total, em 2022, deram entrada na Casa 201 projetos de lei (73,1%) e 74 de lei complementar (26,9%).

Dos 275 projetos, 185 re­ceberam parecer favorável da Comissão de Constitui­ção, Justiça e Redação (CCJ) e foram levados ao plenário Jornalista Orlando Vitaliano, no Palácio Antônio Machado Sant’Anna, sede do Legislativo. Este número representa 67,3% do total de propostas.

Algumas também passaram pelo crivo da Comissão de Fi­nanças, Orçamento, Fiscaliza­ção, Controle e Tributária da Câ­mara, como a Lei Orçamentária Anual (LOA), o Orçamento de Ribeirão Preto, que fixa receitas e despesas da administração di­reta e indireta para este ano.

A previsão de receita para este ano é recorde, pela primei­ra vez acima de R$ 4 bilhões. São R$ 4.279.171.185, alta de 14,82% e acréscimo de R$ 552.524.133 em relação ao mon­tante projetado para 2022, de R$ 3.726.647.052. Do total estimado para este ano, R$ 3.663.929.827 são da administração direta (85,62%) e R$ 615.241.358 da indireta (14,38%).

Dos 185 projetos levados à votação, 110 são de autoria do Executivo (40% do total de 275) e 75 de vereadores (27,3%). No caso das propostas da prefeitura, a fila para votação tem menos tempo porque precisam ser vo­tadas no máximo em até 45 dias após o protocolo.

Durante o recesso parlamen­tar o prazo deixa de ser contabi­lizado. Já os projetos de autoria dos vereadores não têm prazo máximo para serem analisados e, caso seus autores não peçam ur­gência para votação, a colocação na pauta das sessões fica a critério do presidente da Câmara.

Entre os projetos do Execu­tivo aguardando votação está o que pretende reestruturar o Ser­viço de Assistência à Saúde dos Municipiários (Sassom). A pro­posta prevê que a contribuição mensal dos funcionários públi­cos ligados ao Serviço passará de 5% para 6% do salário bruto. O projeto também estabelece mu­danças na forma de cobrança dos dependentes dos beneficiá­rios do serviço de saúde.

A prefeitura afirma que a contribuição dos dependentes vai aumentar a receita do Sas­som em R$ 378 mil por mês. A administração sustenta que os 4.959 dependentes isentos cus­tam hoje R$ 989 mil mensais à autarquia. O plano de saúde municipal conta hoje com 21 mil pessoas atendidas, entre servidores e seus familiares. A prefeitura afirma que o serviço de saúde municipal gera um déficit mensal de R$ 1,2 milhão.

Música gospel
Entre os projetos de lei dos vereadores à espera de parecer da Comissão de Constituição Justiça e Redação (CCJ) está o de Brando Veiga (Republi­canos) que quer transformar a música gospel em patrimônio imaterial na cidade. A propos­ta foi protocolada no dia 22 de dezembro e só deverá ser ana­lisada após o Legislativo retor­nar do recesso parlamentar, no dia 1º de fevereiro.

Brando Veiga é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus em Ribeirão Preto. Se­gundo a justificativa, a música gospel ganha a cada dia mais adeptos e apreciadores e é um importante instrumento na res­tauração de vidas através de suas mensagens e fortalecimento das relações familiares por meio da palavra de Deus. Outras cidades como Recife (PE) já transforma­ram a música gospel em bem imaterial. A lei entrou em vigor em janeiro deste ano.

A palavra gospel vem do in­glês “god spell”, ou “palavra de Deus”, em português. Com mo­tivo religioso ou até cerimonial, tem como tema obrigatório o louvor. Os bens culturais de na­tureza imaterial dizem respeito àquelas práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de ex­pressão cênicas, plásticas, musi­cais ou lúdicas.

O patrimônio imaterial é transmitido de geração a gera­ção, constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sen­timento de identidade e conti­nuidade, contribuindo para pro­mover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciên­cia e a Cultura (Unesco) define como patrimônio imaterial “as práticas, representações, expres­sões, conhecimentos e técnicas – com os instrumentos, obje­tos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos os indivíduos, reco­nhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.”

Projetos protocolados no ano passado em RP
Total: 275
Não votados: 90 (32,7%)
Votados: 185 (67,3%)
Autoria do Executivo: 124 (45,1%)
Autoria dos vereadores: 151 (54,9%)
Autoria dos projetos votados
Executivo: 110 (40%)
Vereadores: 75 (27,3%)

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