A Câmara de Ribeirão Preto realizará audiência pública para discutir a flexibilização dos horários dos corredores de ônibus, tornando-os preferenciais e não exclusivos, fora dos horários de pico. Ou seja, fora do período das seis às nove horas da manhã e das 17 às 19 horas.
A reunião será realizada em 16 de julho, às 18 horas, no plenário Jornalista Orlando Vitaliano do Palácio Antônio Machado Sant’Anna, sede do Legislativo, na avenida Jerônimo Gonçalves nº 1.200, Vila República. A iniciativa é do vereador André Rodini (Novo).
A flexibilização é uma das reivindicações dos comerciantes com estabelecimentos em avenidas como a Independência, Presidente Vargas, Saudade, Meira Júnior, Paschoal Innecchi e Dom Pedro I. Os motoristas que trafegam por estas vias também reclamam que, na maioria do tempo, o trânsito fica travado nas faixas destinadas aos veículos enquanto as dos ônibus ficam vazias.
“Com a paralisação do trânsito e a baixa mobilidade apresentada nas avenidas que possuem corredores de ônibus, faz-se necessário reavaliar o uso misto dos corredores, para que outros veículos possam utilizar a via, evitando acidentes e melhorando o fluxo”, afirma André Rodini.
Recente pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisas do Varejo (CPV) aponta que as vendas do comércio na avenida Dom Pedro I, no Ipiranga, Zona Norte, caíram 45% após a implementação do corredor de ônibus e a proibição de estacionamento.
A faixa exclusiva para ônibus no local foi implementada em outubro de 2022. O estacionamento também foi proibido na avenida e foram criadas 302 vagas de Área Azul distribuídas em ruas perpendiculares à Dom Pedro I. Sobre o movimento de clientes, a redução média foi de 42%, segundo os empreendedores que atuam em diversos segmentos.
Além disso, segundo o CPV, mantido por Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDl RP),
95,5% dos empresários entrevistados disseram que foram diretamente impactados pelo corredor de ônibus. Atualmente as faixas exclusivas para ônibus da cidade são liberadas apenas para o tráfego de táxis, desde que estejam realizando o transporte de passageiros.
Entretanto, os veículos devem estar devidamente caracterizados com a permissão válida, com o selo emitido pelo município. Os corredores também são liberados ao tráfego de veículos de urgência e emergência, definidos pelo Código de Transito Brasileiro (CTB). Na lista estão viaturas do Corpo de Bombeiros – inclui o Resgate 193 –, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), polícias Civil, Militar e Federal, Guarda Civil Metropolitana (GCM), ambulâncias e similares.
Sobre os táxis, a RP Mobi destaca que somente é permitida a parada para embarque ou desembarque nas estações de passageiros dos ônibus do transporte coletivo urbano. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) transitar pela faixa exclusiva de ônibus é considerada uma infração gravíssima. Rende sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e multa de R$ 293,47.
Dados da RP Mobi – Empresa de Mobilidade Urbana de Ribeirão Preto S.A, a antiga Transerp, responsável pelo trânsito e transporte da cidade – mostram que, de janeiro a março deste ano, foram registradas nos corredores de ônibus já implantados, 331 infrações. Na avenida Independência foram 156, na Presidente Vargas, 102; na Meira Júnior 16 e na Saudade 14.
Na avenida Paschoal Innecchi elas totalizaram 13, na Dom Pedro I somaram 13, na rua Silveira Martins, seis infrações e na avenida Jerônimo Gonçalves e rua Américo Brasiliense, três multas em cada logradouro. Por fim, nas avenidas Brasil, Fábio Barreto, Mogiana e Luiz Galvão Cesar foram registradas uma multa em cada local.