A eleição para presidente da Câmara de Ribeirão Preto e dos outros demais integrantes da Mesa Diretora para o próximo ano não atraiu, até o momento, a atenção dos parlamentares. Nem mesmo daqueles que até o ano passado “brigavam” para ocupar o segundo cargo mais importante da política municipal.
A sessão que definirá o comando do Legislativo será realizada em 30 de novembro. Pesquisa feita pelo Tribuna junto a vereadores revela que o principal motivo do desdém à presidência tem relação direta com as próximas eleições municipais – o primeiro turno será em de outubro de 2024.
No caso do Executivo, se houver segundo turno, o novo prefeito de Ribeirão Preto será conhecido em 27 de outubro. De acordo com os parlamentares ouvidos pela reportagem, a prioridade da maioria no próximo ano será trabalhar em busca da reeleição, em uma campanha que deve ser muito concorrida.
Assim, ocupar a presidência do Legislativo tomaria muito tempo do candidato, dificultando a campanha eleitoral. A possibilidade de alguns parlamentares saírem para prefeito também foi um dos fatores citados para o desinteresse na disputa. A busca pela cadeira mais cobiçada da cidade exige dedicação quase que exclusiva.
Nos meios políticos, fala-se nas possíveis candidaturas de Marcos Papa (Podemos), Duda Hidalgo (PT), Lincoln Fernandes (PDT) e Igor Oliveira (MDB), este já lançado, nesta semana, a pré-candidato a prefeito pelo deputado federal e presidente nacional do Movimento Democrático Brasileiro, Baleia Rossi.
O desinteresse em disputar a presidência da Câmara foi citado pelo ex-presidente Alessandro Maraca (MBD), Isaac Antunes (PL), Jean Corauci (PSB) e Renato Zucoloto (PP). Até o ano passado, os dois últimos, tentaram emplacar seus nomes na disputa.
Sem interessados, o atual presidente do Legislativo, o vereador Franco Ferro (PRTB), de
verá ser reconduzido ao cargo pelo grupo de 14 parlamentares que formam a base de sustentação do prefeito Duarte Nogueira (PSDB) no Legislativo municipal, o popular Grupo dos 14 (G-14).
Todos os parlamentares ouvidos apostam na reeleição de Franco Ferro. Ao Tribuna, o presidente afirmou que seu nome está à disposição do grupo e que se seus companheiros desejarem, estará pronto para o desafio. Um dos poucos dissidentes é Bertinho Scandiuzzi (PSDB).
Ele lançou sua candidatura para presidente. Entre as razões defendidas pelo tucano está sua experiência de seis mandatos como vereador. Nos bastidores do palácio Antônio Machado Sant’Anna, Scandiuzzi tem conversado com outros vereadores pedindo apoio e voto. Ele já foi primeiro vice-presidente da Câmara em 2021.
O grupo oposicionista da Câmara também não demonstra, até o momento, interesse em lançar candidatura capaz de vencer o pleito. Segundo vereadores ouvidos pelo Tribuna, algumas sondagens foram feitas, mas nada de concreto foi definido sobre o assunto. Quem for eleito presidente administrará um Legislativo com 93 servidores efetivos e 110 comissionados – cinco para cada um dos 22 gabinetes.
De acordo com a Constituição Federal, a Câmara de Vereadores tem direito a receber, todo ano, 4,5% dos recursos financeiros constantes do Orçamento Municipal por meio de transferências financeiras realizada pelo Executivo na forma de duodécimos. Para 2024, o valor seria de R$ 84.000.000 com base em 4,5%, mas essa taxa caiu para 3,50% este ano;