Tribuna Ribeirão
Política

Câmara autoriza ‘auxílio internet’ para alunos da Rede Municipal

ALINE PEREIRA/CÂMARA

A Câmara de Vereadores aprovou, na sessão desta ter­ça-feira, 23 de junho, projeto de lei que autoriza a prefei­tura de Ribeirão Preto criar o auxílio internet para os 47 mil alunos das 108 escolas da rede municipal de ensino – educa­ção infantil e ensino médio –, devidamente matriculados, e também para os professores.

A propositura é de Jean Co­rauci (PSB) estabelece que o ser­viço será disponibilizado através de aplicativo do tipo “carteira di­gital” e somente poderá ser uti­lizado para pagamento de pres­tadores de serviço de internet. O valor mensal será de R$ 80 e os créditos disponibilizados não serão cumulativos, perdendo o benefício quem não o utilizá-lo dentro do prazo estabelecido.

O parlamentar afirma que, devido à pandemia do novo co­ronavírus, as escolas suspende­ram as aulas presenciais e passa­ram a buscar formas alternativas de manter o processo de ensino e aprendizagem durante a qua­rentena, usando principalmente aplicativos e plataformas online.

“A estratégia adotada, no en­tanto, escancara a desigualdade e as dificuldades enfrentadas pelos estudantes e professores de colégios públicos, como o aces­so limitado à internet e falta de computadores”, diz. A iniciativa, segundo Corauci, é para garantir os diretos dos cidadãos menos abastados, para que não sejam prejudicados ainda mais com a suspensão das aulas presenciais.

Ele garante ainda que o pro­jeto não tem vício de iniciativa, pois trata apenas de incentivos e criação de mecanismos que possam melhorar relação en­tre quem executa os serviços públicos na cidade, mas o pre­feito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) pode vetar a proposta alegando que a Câmara pre­tende criar despesas sem indi­car a fonte de recursos.

Se a Secretaria Municipal da Educação gastar R$ 80 por mês com cada um dos 47 mil alunos, a despesa mensal será de R$ 3,76 milhões – isso sem contar os professores. Corauci defende a sanção da nova lei. “Não obstan­te, a Lei Orgânica do Município (LOM) de Ribeirão Preto, em seu artigo 8º, alínea ‘a’, parágrafo 11, dispõe sobre a competência da Câmara de Vereadores, auto­rizando, de maneira genérica, le­gislar sobre tributos municipais, inclusive concedendo isenções”, explica o parlamentar.

Ministério Público
No começo de junho, o Grupo Especial de Atuação de Educação (Geduc), por meio da Promoto­ria da Educação do Ministério Público Estadual (MPE) e da Defensoria Pública, abriu um “procedimento administrativo” de acompanhamento de retorno das aulas presenciais e reorgani­zação do calendário escolar.

A medida tem como foco cobrar explicações da prefeitura sobre como será o processo de retomada das aulas presenciais na rede municipal de ensino. O Geduc também quer saber como estão sendo ministradas as aulas online pelo município. As aulas presenciais estão sus­pensas desde 23 de março por causa da quarentena imposta pela pandemia do coronavírus.

Não há previsão de quando serão retomadas – a projeção mais otimista indicava o retorno para 1º de agosto. Para levantar, analisar todos esses dados e cor­rigir possíveis falhas, o Geduc enviou um complexo e deta­lhado documento sobre o tema para a administração municipal. Também faz uma série de inda­gações sobre o assunto.

A Secretaria Municipal da Educação informa que já traba­lha para a construção de pro­cedimentos e medidas neces­sárias para o retorno às aulas, inclusive na instituição de uma comissão com diversos entes ligados à educação, em conso­nância com o documento en­caminhado pelo MPE.

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