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Câmara aprova subsídio a consórcio

ALFREDO RISK

A Câmara de Vereadores aprovou na sessão desta ter­ça-feira, 1º de junho, o projeto da prefeitura de Ribeirão Preto que repassa R$ 17 milhões de subsídio ao Consórcio PróUr­bano – grupo concessionário do transporte coletivo na ci­dade, formado pelas viações Rápido D’Oeste (50%) e Trans­corp (50%) – para compensar parte do desequilíbrio finan­ceiro causado no setor pela pandemia de coronavírus.

A proposta prevê uma parcela de R$ 5 milhões re­ferente às perdas entre março e dezembro do ano passado e mais seis prestações de R$ 2 milhões cada, referentes ao prejuízo já contabilizado ou que será provocado pela pan­demia este ano.

Votação
Doze parlamentares vo­taram a favor e dez, contra. São favoráveis ao projeto Alessandro Maraca (MDB), André Rodini (Novo), Bando Veiga (Republicanos), Elizeu Rocha (PP), Bertinho Scan­diuzzi (PSDB), Franco Ferro (PRTB), Gláucia Berenice (DEM), Isaac Antunes (PL), Mauricio Gasparini (PSDB), Maurício Vila Abranches (PSDB), Paulo Modas (PSL) e Renato Zucoloto (PP).

Votaram contra Duda Hidalgo (PT), Igor Oliveira (MDB), Jean Corauci (PSB), Judeti Zilli (PT, Coletivo Popu­lar), Lincoln Fernandes (PDT), Luis Antonio França (PSB), Marcos Papa (Cidadania), Ma­theus Moreno (MDB), Ramon Faustino (Psol, Coletivo Ra­mon Todas as Vozes) e Sérgio Zerbinato (PSB).

Seis emendas aditivas fo­ram aprovadas.

Porém, nenhuma delas al­tera a essência da proposta e podem ser vetadas pelo pre­feito Duarte Nogueira (PSDB). Vários motoristas do transpor­te coletivo – favoráveis à apro­vação – tentaram acompanhar a sessão no plenário do Legis­lativo, mas foram barrados por causa das medidas restritivas impostas pela pandemia de coronavírus. Atualmente, as sessões são online.

Assim, os motoristas não puderam entrar no plenário Jornalista Orlando Vitaliano e ficaram em frente ao portão principal do Palácio Antônio Machado Sant’Anna até o fim da sessão. No início da semana, os cerca de 600 condutores de ônibus do consórcio entraram em greve por causa do atraso na vacinação contra a covid-19 e pelo não pagamento do vale salarial, no valor de aproxi­madamente R$ 1 milhão, que deveria ter sido depositado no dia 20 de maio.

Argumentos
No projeto, a prefeitura argumenta que a adoção de medidas para reduzir a circu­lação de pessoas na cidade tem resultado em queda vertigino­sa na demanda por transporte público, ao mesmo tempo em que os custos para prestação desse serviço estão maiores, notadamente em razão dos su­cessivos aumentos no preço do óleo diesel e de outros insumos desde meados de 2019.

O subsídio foi decidido após análise de um dossiê com as perdas e o custo ope­racional o transporte coletivo protocolado pelo PróUrbano nas secretarias municipais da Fazenda e da Administração. A prefeitura pagará ao con­sórcio apenas valores refe­rentes ao custo operacional do serviço que, em virtude da pandemia de covid-19, não possa ser coberto pela arre­cadação das tarifas.

Custo operacional
Os componentes do custo operacional são aqueles refe­rentes à mão de obra e encar­gos, ao combustível, à frota e às instalações necessárias à prestação do serviço. Se­gundo dados da Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp), durante a pandemia de co­ronavírus, que começou em março do ano passado, o cus­to operacional do PróUrbano foi de R$ 101.511.060,98. Já a receita de R$ 65.651.272,17. Ou seja, acumula déficit de R$ 35.859.788,81.

Segundo o projeto, a des­tinação de recursos poderá retroagir, no máximo, até a data da publicação do decre­to municipal nº 69, de 19 de março de 2020, que reconhe­ceu o estado de emergência em saúde pública por força da covid-l9, perdurando até o fim da pandemia declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo Ministé­rio da Saúde ou da situação sanitária específica.

Respaldo
Segundo a prefeitura, as medidas estão respaldadas pela Lei das Licitações (nº 8.666/1993), pois a pande­mia gerou danos externos, imprevisíveis no momento da celebração do contrato de concessão, assinado pela prefeitura com o PróUrba­no em 28 de maio de 2012. O acordo prevê que quando houver um fato inesperado seja realizada uma suplemen­tação pelo município.

Em contrapartida, o PróUr­bano terá de colocar em circu­lação ônibus suficientes para evitar superlotação. O trans­porte coletivo de Ribeirão Pre­to tem 118 linhas, 356 veículos e cerca de 600 motoristas. Por causa da pandemia, tem ope­rado com 80% da frota.

Custo operacional durante pandemia de coronavírus
Quilometragem percorrida
20.151.879 quilômetros

Custo por quilômetro rodado
R$ 5,0373

Custo operacional do período
R$ 101.511.060,98

Receita do PróUrbano no período1
R$ 65.651.272,17

Déficit do período
R$ 35.859.787,91

Dados de janeiro 2020 (Antes da pandemia)
Passageiros transportados – 3.840.770
Passageiros pagantes – 2.244.477
Receita no mês – R$ 9.351.721,12

Dados março de 2021 (Ápice da pandemia)
Passageiros transportados c 1.951.225
Passageiros pagantes – 1.191.742
Receita no mês – R$ 4.846.295,12

Fonte: Transerp

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