Tribuna Ribeirão
Economia

Câmara aprova redação final da LDO

ALFREDO RISK

A Câmara de Vereadores aprovou na tarde desta quin­ta-feira, 4 de julho, em ses­são extraordinária e com 137 emendas, a redação final da Lei de Diretrizes Orçamentá­rias (LDO) de 2020. O proje­to já havia sido aprovado por unanimidade na terça-feira (2), mesmo resultado de on­tem – 26 votos a favor, o pre­sidente Lincoln Fernandes (PDT) não é obrigado a votar se não houver empate.

A LDO é um instrumento de planejamento do orçamen­to municipal de prerrogativa e iniciativa do Executivo, es­tabelecendo um elo entre o Plano Plurianual (PPA) e a Lei Orçamentária Anual (LOA), definindo o direcionamento de recursos para atividades essen­ciais cuja interrupção possa vir a prejudicar a ordem pública.

Segundo a prefeitura de Ribeirão Preto, a receita to­tal estimada para 2020 é re­corde e chega a R$ 3,390 bi­lhões, 4,4% superior ao valor de R$ 3,247 bilhões previsto para este ano, acréscimo de R$ 143 milhões. Catorze ve­readores e a Comissão de Fi­nanças Orçamento, Fiscali­zação, Controle e Tributária do Legislativo apresentaram 144 emendas ao projeto do Executivo.

Juntas, essas propostas so­mavam cerca de R$ 44,92 mi­lhões, uma despesa correspon­dente a 1,32% do valor original apresentado pela Secretaria Municipal da Fazenda. No entanto, sete caíram: uma foi retirada pelo autor e seis acaba­ram prejudicadas – tratam de assuntos já previstos em outras propostas. Neste caso, prevale­ce a que foi protocolada ante­riormente no Legislativo.

Assim, o valor das emendas caiu para R$ 44,91 milhões, corte de R$ 10 mil. A emenda retirada é de autoria de Igor Oliveira (MDB) e prevê a cons­trução de passarela na rua Ba­rão de Ataliba com o objetivo de integrar o Jardim Emília ao Jardim Zaneti, no distrito de Bonfim Paulista. Os três parla­mentares com mais propostas são Jean Corauci (PDT, com 43), Alessandro Maraca (MDB, com 30) e Otoniel Lima (PRB, que totalizou 16).

Já os que propuseram mais remanejamento de valores fo­ram Otoniel Lima (R$ 18,33 milhões, mas uma no valor de R$ 10 mil foi prejudica­da), Alessandro Maraca (R$ 8,33 milhões) e Igor Oliveira (MDB, com R$ 5,1 milhões). Segundo o projeto da Secre­taria Municipal da Fazenda, a receita da administração dire­ta estimada para 2020 é de R$ 2,569 bilhões, cerca de 7,7% acima dos R$ 2,385 bilhões de 2019, aporte de aproximada­mente R$ 184 milhões.

Representa cerca de 75,8% da previsão total de arrecada­ção. No entanto, a pasta res­ponsável pelas finanças con­sidera um desconto de R$ 45 milhões referente à uma opera­ção de crédito do Departamen­to de Água e Esgotos de Ribei­rão Preto (Daerp). Neste caso, a receita de 2020 da prefeitura se­ria 5,82% superior à deste ano.

Destes valores, depois de descontadas as transferências obrigatórias, incluindo o re­passe de R$ 300 milhões ao Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM) e cerca de R$ 73,11 milhões da Câ­mara de Vereadores, além dos valores vinculados, a receita lí­quida da administração direta a ser alocada entre as secreta­rias municipais é de R$ 1,155 bilhão. Para 2021, a Fazenda projeta receita de R$ 2,606 bi­lhões para a prefeitura, alta de 1,42% em relação ao montante previsto para o ano que vem, acréscimo de aproximada­mente R$ 37 milhões.

Na LDO de 2019, pela pri­meira vez em 162 anos de his­tória da cidade, a previsão de receita consolidada passou de R$ 3 bilhões. O grande desafio do município é discutir metas fiscais para viabilizar novas ações e realizações no próxi­mo ano, como a construção de escolas, ampliação dos aten­dimentos em saúde, recapea­mento asfáltico entre outros.

Em 4 de setembro do ano passado, a Câmara de Ribei­rão Preto acatou os vetos do prefeito Duarte Nogueira Jú­nior (PSDB) a 230 emendas apresentadas por vereadores à LDO de 2019, aprovada pelo Legislativo em 14 e 21 de ju­nho depois de duas sessões extraordinárias. A maioria das propostas foi barrada pelo Exe­cutivo, segundo publicação no Diário Oficial do Município (DOM) de 18 de julho.

O tucano vetou 98,7% das emendas parlamentares e san­cionou a LDO “parcialmente”. De um total de 234 propostas, 230 foram retiradas do texto – três foram sancionadas e uma já havia sido extraída pelo autor antes da votação. As sugestões apresentadas pelo Legislativo somavam R$ 399,42 milhões, 12,3% da receita recorde esti­mada, de R$ 3,247 bilhões.

Em 7 de março, a Câma­ra acatou o veto do prefeito a 283 das 284 emendas apre­sentadas por vereadores e pela Comissão de Finanças à Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2019, ou 99,6% do total – apenas uma foi apro­vada. As propostas apresen­tadas por 14 parlamentares e pela comissão somavam cerca de R$ 159,94 milhões, o correspondente a 5% do total da receita estimada na LOA deste ano, de R$ 3,173 bilhões – o maior valor da história de Ribeirão Preto.

No ano passado, Alessan­dro Maraca (MDB) chegou a apresentar uma proposta de emenda à Lei Orgânica do Município (LOM) que pre­via “emendas individuais ao projeto de lei orçamentária” e destinava cerca de R$ 27 mi­lhões da receita de Ribeirão Preto para atender sugestões de vereadores, o chamado “orçamento impositivo”. Seis entidades de classe da cidade repudiaram a iniciativa e o emedebista decidiu retirar o projeto da pauta.

As emendas por vereador
Jean Corauci (PDT)………………..41
Alessandro Maraca (MDB)………30
Valor total………… R$ 8,33 milhões
Otoniel Lima (PRB)…………………15
Valor total……….R$ 18,32 milhões
Jorge Parada (PT)………………….11
Valor total………… R$ 3,56 milhões
Orlando Pesoti (PDT)……………..11
Valor total……….R$ 3,954 milhões
Igor Oliveira (MDB)…………………08
Valor total………….. R$ 5,1 milhões
Paulinho Pereira (PPS)……………03
Valor Total……………. R$ 1,2 milhão
Marcos Papa (Rede)……………….03
Comissão de Finanças……………04
Valor total………….. R$ 2,7 milhões
Fabiano Guimarães(DEM)……….04
Renato Zucoloto (PP)……………..03
Valor total…………..R$ 1,25 milhão
Luciano Maga ( PDT)………………02
Valor total………………… R$ 500 mil
Glaucia Berenice (PSDB)………..01
Rodrigo Simões (PDT)……………01
Total de emendas…………………137
Total em valores..R$ 44.914.000,00
Valor previsto na LDO de 2020………….. R$ 3,390 bilhões
Receita da administração direta………………. R$ 2,569 bilhões
Obs.: as emendas de alguns vereadores não têm os valores definidos e algumas não oneram o orçamento

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