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Butanvac – SP vai abrir cadastro para testes de vacina

© Rovena Rosa/Agência Brasil

Após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvi­sa) ter autorizado uma primei­ra fase de testes clínicos em hu­manos com a vacina Butanvac, em 9 de junho, o Instituto Bu­tantan anunciou que pretende iniciar, ainda nesta semana, um pré-cadastro de voluntá­rios para testar essa vacina.

Segundo Dimas Covas, dire­tor do Instituto Butantan, o go­verno paulista deve lançar, até o fim desta semana, um site onde os voluntários poderão preen­cher um pré-cadastro. A fase inicial de estudos em humanos busca avaliar a segurança da va­cina e sua capacidade de induzir uma resposta imunológica.

O governador João Doria (PSDB) afirmou nesta segun­da-feira, 14 de junho, que os testes clínicos da Butanvac de­vem começar até o fim deste mês e que já há seis países da América Latina interessados na importação da vacina, caso ela seja aprovada pela Anvisa após a conclusão dos estudos.

Segundo Doria, as três fa­ses de testes clínicos devem ser concluídas em 120 dias. De­pois disso, os dados são sub­metidos a uma nova avaliação pela Anvisa. Já há sete milhões de vacinas da Butanvac produ­zidas e estocadas. Serão feitas 18 milhões até o dia 31 de ju­lho, segundo o governador, e 40 milhões até 30 de outubro.

O Butantan está autorizado a administrar doses da vacina em voluntários das fases 1 e 2 da pesquisa clínica. Segundo a Anvisa, 400 pessoas com mais de 18 anos devem participar da primeira etapa do estudo no Hospital das Clínicas da Facul­dade de Medicina de Ribeirão Preto, ligada à Universidade de São Paulo (HC-FMRP/USP) e no Hospital das Clínicas da USP (FMUSP) na capital.

Já nas demais etapas, há ex­pectativa que seis mil voluntá­rios recebam a vacina, apenas no HC da USP em São Paulo. De acordo com Dimas Covas, os voluntários precisam ter 18 anos ou mais. Não há restrições quanto à profissão, exposição ao vírus ou às vacinas já aplicadas no país contra o coronavírus. “São pessoas acima de 18 anos, com exposição ou sem expo­sição. Com vacinação ou sem vacinação. Não tem vinculação com o município”, diz.

“São três categorias [que se­rão incluídas nos testes]: o grupo que não teve contato com o ví­rus, o grupo que já teve contato e o grupo já vacinado”, diz Co­vas. “O participante tem que se comprometer a comparecer no centro de vacinação no momen­to que for solicitado e tem que preencher o diário da pesquisa. Todo dia tem que ter esse preen­chimento”, explica.

No Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, a coordenação do estudo será do hematologista e diretor do Hemocentro, Ro­drigo Calado, pesquisador que também coordena as pesquisas de tratamento de pacientes com covid-19 usando plasmas de pessoas recuperadas da doen­ça. Além disso, ele participa do estudo que identificou a presença da variante P.1, de origem em Manaus (AM), na região de Ribeirão Preto.

Para uma vacina ser aplica­da na população, ela passa por uma fase de estudos em labo­ratório, uma fase pré-clínica de testes em animais e três etapas clínicas de testes em voluntá­rios humanos, que avaliam a produção de anticorpos, a sua segurança e a sua eficácia.

“Houve autorização da Anvisa para o início do estu­do clínico. Essa semana temos ainda a fase de aprovação ética: os comitês de pesquisa [dos hospitais envolvidos] tem que aprovar [o estudo] e, poste­riormente a Comissão de Ética em Pesquisa. Esta semana está previsto iniciar um pré-cadas­tro dos voluntários. É um estu­do de fase 1, nesse momento, para avaliar a segurança da va­cina”, explica Dimas Covas.

Segundo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), as vantagens da Butanvac são o custo reduzido e a fabricação local, ou seja, não será neces­sário importar insumo farma­cêutico ativo (IFA) de outros países para a produção da va­cina. Será mais barata que a Coronavac, produzida pelo instituto em parceria com o la­boratório chinês Sinovac.

Os estudos da fase 3, com maior escala de participantes, deverá incluir nove mil pessoas. Poderão fazer parte dos testes inclusive adultos já vacinados ou que já tiveram covid-19, se­gundo disse Covas em abril. A tecnologia da Butanvac utiliza o vírus da doença de Newcas­tle, uma enfermidade de aves, geneticamente modificado.

O vetor viral contém a pro­teína Spike do coronavírus de forma íntegra. O desenvolvi­mento complementar da vaci­na será todo feito com tecno­logia do Butantan, incluindo a multiplicação do vírus, condi­ções de cultivo, ingredientes, adaptação dos ovos, conserva­ção, purificação, inativação do vírus, escalonamento de doses e outras etapas.

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