Tribuna Ribeirão
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Butantan vai usar Coronavac em testes

A Agência Nacional de Vi­gilância Sanitária autorizou o Instituto Butantan a utilizar a Coronavac no lugar de pla­cebos nos testes clínicos da Butanvac, a vacina brasileira contra a covid-19 em desen­volvimento pela entidade pau­lista. De acordo com a Anvisa, a instituição paulista solicitou a alteração no estudo clínico alegando dificuldades na mo­bilização de voluntários para estudos com placebo.

Mais de nove mil voluntá­rios da região não atendem aos critérios estabelecidos para os testes, que nesta primeira fase estão sendo realizados no He­mocentro de Ribeirão Preto, sob a coordenação do hema­tologista Rodrigo Calado, mé­dico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – ligada à Universidade de São Paulo HC-FMRP/USP). A principal dificuldade é encontrar maio­res de 18 anos que ainda não foram imunizados contra a covid-19.

Na prática, o grupo que re­ceberia a substância sem efeito farmacológico receberá uma “vacina de comparação” – no caso, a Coronavac, fruto de parceria do Butantan com o laboratório chinês Sinovac Life Science, do grupo Sinovac Bio­tech. A Butanvac é candidata a ser a primeira vacina nacional contra o novo coronavírus e, de acordo com o governa­dor de São Paulo, João Doria (PSDB), também protegerá contra o H1N1.

A ideia do governo paulista é utilizar o imunizante já em 2022, quando pretende reva­cinar a população contra a co­vid-19. Os testes da Butanvac devem envolver seis mil volun­tários com 18 anos ou mais e ter duração de 17 semanas.

A Butanvac é uma das no­vas candidatas à vacina contra o coronavírus que poderão ser fabricadas com insumos na­cionais, com um custo mais baixo de produção em compa­ração às aplicadas hoje no país. O Butantan tem dez milhões de doses prontas em estoque. Porém, o Hemocentro de Ri­beoirão Preto precisa selecio­nar 418 voluntários e pensa até em buscar candidatos em Minas Gerais.

No dia 9 de julho, Dimas Covas, que também é diretor­-presidente do Hemocentro de Ribeirão Preto, esteve na cidade acompanhado do go­vernador João Doria (PSDB) e do secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, para abrir o iní­cio dos ensaios clínicos da Bu­tanvac, vacina 100% brasileira, sem a necessidade de importa­ção de matéria-prima, o Insu­mo Farmacêutico Ativo (IFA). Os estudos clínicos foram ini­ciados após autorização da An­visa, emitida no dia 7.

O Butantan deve pedir o uso emergencial do imuni­zante sem os resultados clás­sicos de eficácia – obtidos na fase 3 da pesquisa, com base em dados de infecções e hos­pitalizações de participantes do estudo. O formato alter­nativo de testes, porém, ain­da não tem consenso entre os cientistas. Na atual etapa de testes, iniciada neste mês, os voluntários estão divididos em quatro grupos.

O grupo 1 será vacinado com um micrograma; três mi­crogramas serão aplicados no grupo 2. Já o grupo 3 vai rece­ber dez microgramas. O quar­to grupo seria vacinado com placebo, mas agora receberá a Coronavac. Os voluntários não ficam sabendo em que grupo estão. A partir daí, passam a ser avaliadas a segurança da vacina e qual a dosagem do imunizante será incorporada à vacina definitiva. Nas eta­pas seguintes, a Butanvac será avaliada em relação à resposta imune que produz.

Após se obter, na fase A, definição da dose adequada, passam a ser vacinados cinco mil voluntários na fase B. Essa segunda fase vai ocorrer em Ribeirão Preto e em São Paulo, selecionando pessoas entre as mais de 90 mil que se inscreve­ram para participar. A segunda fase será um estudo cego en­volvendo pessoas que já rece­beram outras vacinas, pessoas que já foram contaminadas e pessoas não vacinadas.

Sobre a Butanvac
A tecnologia da Butanvac utiliza o vírus da doença de Newcastle, uma enfermidade de aves, geneticamente modi­ficado. O vetor viral contém a proteína Spike do coronavírus de forma íntegra. O desenvol­vimento complementar da va­cina será todo feito com tecno­logia do Butantan, incluindo a multiplicação do vírus, condi­ções de cultivo, ingredientes, adaptação dos ovos, conserva­ção, purificação, inativação do vírus, escalonamento de doses e outras etapas.

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