O diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeus Covas, afirmou nesta quinta-feira, 17 de dezembro, que também será pedido o uso emergencial da vacina CoronaVac na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 23 de dezembro, data em o governo de São Paulo apresentará os estudos clínicos do imunizante.
Como a Anvisa estabeleceu dez dias para avaliação de uso emergencial, seria possível ter a autorização até o dia 15 de janeiro. Os dados sobre a eficácia da vacina ainda não foram divulgados. “Declaramos que iríamos fazer o pedido de registro, vamos fazer o pedido de registro na China e no Brasil. Vamos também dar entrada no pedido de uso emergencial no Brasi”, diz.
“Se fizermos isso na semana que vem, como está programado, no dia 23, isso significa que na primeira semana de janeiro poderemos ter uma manifestação da Anvisa. Ou seja, a partir de janeiro, é possível que tenhamos autorização para uso da vacina. A partir do dia 15, portanto, teremos, nesse cronograma 9 milhões de doses para serem usadas nos brasileiros”, emenda Dimas Covas.
“Se ocorrer dentro do manifestado pelas autoridades federais, o cronograma de início de vacinação em janeiro poderá acontecer a partir de 15 de janeiro, pela disponibilidade das vacinas. Elas estarão prontas para serem usadas”, afirma Covas, que também é diretor-presidente da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto.
“A vacina não pode ficar na prateleira”. Na segunda-feira (14), quando o governo paulista anunciou o adiamento da divulgação do resultado de eficácia da vacina CoronaVac, argumentou que esse adiamento seria feito para solicitar o registro definitivo da vacina, o que facilitaria a aprovação do imunizante.
“Nós mudamos a nossa estratégia, que até semana passada era solicitar o uso emergencial com os dados de análise parcial. Dada a conjuntura e uma possível dificuldade com relação à própria velocidade da Anvisa, mudamos de estratégia e vamos pedir o uso definitivo na China e no Brasil ao mesmo tempo”, declarou Dimas Covas no dia 14.
Nesta quinta-feira, porém, o Butantan disse que também vai pedir o uso emergencial, mas manteve a divulgação da eficácia na semana que vem. O governador João Doria (PSDB) informa que a data antes divulgada de início da vacinação em 25 de janeiro continua sendo a data prevista para inicio da imunização.
“Se pudermos iniciar antes, ótimo, é o que mais desejamos. Estabelecemos esse prazo para não atropelar o rito da Anvisa, mas se houver um rito mais rápido, quanto mais rápido melhor. Estaremos preparados para fazer a imunização em São Paulo.”
O governo paulista também disse que aguarda até esta sexta-feira (18) um pedido formal do Ministério da Saúde para a compra da vacina do Butantan e inclusão do imunizante no plano nacional de vacinação, mas afirmou que, mesmo que o governo federal estabeleça início da vacinação em fevereiro, São Paulo mantém a previsão de começar a vacinar em janeiro.
Doria anunciou a chegada, nesta sexta-feira, de dois milhões de doses prontas da vacina contra o coronavírus, a CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan. Trata-se do maior lote de vacinas que chega à América do Sul até o momento.
Este terceiro lote do imunizante chega a São Paulo durante a manhã, no Aeroporto Internacional de Guarulhos. “A pressa pela vacina é a pressa pela vida. Todos os brasileiros de bem têm pressa. São Paulo, reafirmo aqui, começará a vacinar no dia 25 de janeiro”, afirma o governador.
Esse é terceiro lote que o Butantan recebe em menos de um mês da biofarmacêutica Sinovac Life Science, com sede na China. O carregamento chegará em uma aeronave da Swiss Air Lines, após o embarque em Pequim, nesta quinta-feira (17).
Com o recebimento desse lote, o Butantan já detém 3,12 milhões de doses disponíveis para uso imediato tão logo haja autorização da Anvisa. A produção local também já começou, com a chegada de matéria-prima para envase e rotulagem na fábrica de imunizantes do instituto.
“A fase três do estudo clínico no país será encerrada nesta semana, já que o patamar ideal de 154 voluntários com diagnóstico positivo de coronavírus foi superado. No dia 15 de janeiro, teremos prontas para uso nove milhões de doses. No começo de fevereiro, 22 milhões de doses e, no dia 15 de março, outras 15 milhões”, afirma Dimas Covas.