Paralisada desde o dia 14 de maio, a produção da vacina Coronavac foi retomada na madrugada desta quinta-feira, 27 de maio, após a chegada de três mil litros de de insumo farmacêutico ativo, na noite da última terça-feira (25). Com essa quantidade de IFA será possível fabricar cinco milhões de doses da vacina.
A Coronavac é uma vacina contra a covid-19 produzida pelo Instituto Butantan com a farmacêutica chinesa Sinovac, que envia ao laboratório paulista a matéria-prima (insumos). O envase, a rotulagem, embalagem e o controle de qualidade são feitos no Brasil.
Todo esse processo dura entre 15 e 20 dias. Só então a vacina é disponibilizada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) para distribuição para a população. Até agora, o Butantan já entregou 47,2 milhões de doses ao PNI.
Cumpriu o primeiro contrato estabelecido com o Ministério da Saúde para entrega de 46 milhões de doses. Agora, o Instituto Butantan trabalha para entregar outras 54 milhões de doses referentes a um segundo contrato firmado com o governo federal, totalizando 100 milhões de doses.
Até o final de setembro, o Butantan espera inaugurar uma nova fábrica da vacina, que vai permitir a produção das doses da Coronavac sem necessidade de importação da matéria-prima da China. O local terá capacidade de produção de 100 milhões de doses por ano.
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, nesta quinta-feira (27), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, reforçou que as declarações anti-China do governo federal aumentam dificuldades para liberação de insumos.
Segundo ele, além de questões técnicas, os ataques ao país oriental podem atrasar a entrega de um total de 54 milhões de doses de Coronavac ao Ministério da Saúde até setembro, devido à falta de insumos. “Cada declaração que ocorre aqui no Brasil repercute na imprensa da China. Isso se reflete nas dificuldades burocráticas, que eram resolvidas em 15 dias, agora demoram mais de um mês”, disse.
O diretor do Butantan ainda reforçou, em resposta à senadora Simone Tebet (MDB-MS), que se a contratação com o governo federal tivesse ocorrido antes, 100 milhões de doses poderiam ter sido integralizadas em maio. “E nesse momento (com o contrato atual) não sabemos se 100 milhões de dose serão integralizadas em setembro dada as dificuldades em relação a matéria-prima”, relatou.