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Butantan já retomou produção de vacina

THOMAS PETER/REUTERS

Paralisada desde o dia 14 de maio, a produção da vaci­na Coronavac foi retomada na madrugada desta quinta-feira, 27 de maio, após a chegada de três mil litros de de insumo farmacêutico ativo, na noite da última terça-feira (25). Com essa quantidade de IFA será possível fabricar cinco milhões de doses da vacina.

A Coronavac é uma vacina contra a covid-19 produzida pelo Instituto Butantan com a farmacêutica chinesa Sinovac, que envia ao laboratório paulista a matéria-prima (insumos). O envase, a rotulagem, embalagem e o controle de qualidade são fei­tos no Brasil.

Todo esse processo dura entre 15 e 20 dias. Só então a vacina é disponibilizada ao Programa Nacional de Imuni­zações (PNI) para distribuição para a população. Até agora, o Butantan já entregou 47,2 mi­lhões de doses ao PNI.

Cumpriu o primeiro con­trato estabelecido com o Mi­nistério da Saúde para entrega de 46 milhões de doses. Ago­ra, o Instituto Butantan tra­balha para entregar outras 54 milhões de doses referentes a um segundo contrato firmado com o governo federal, totali­zando 100 milhões de doses.

Até o final de setembro, o Butantan espera inaugurar uma nova fábrica da vacina, que vai permitir a produção das doses da Coronavac sem necessidade de importação da matéria-pri­ma da China. O local terá capa­cidade de produção de 100 mi­lhões de doses por ano.

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, nesta quinta-feira (27), o diretor do Instituto Butan­tan, Dimas Covas, reforçou que as declarações anti-China do gover­no federal aumentam dificuldades para liberação de insumos.

Segundo ele, além de questões técnicas, os ataques ao país orien­tal podem atrasar a entrega de um total de 54 milhões de doses de Coronavac ao Ministério da Saú­de até setembro, devido à falta de insumos. “Cada declaração que ocorre aqui no Brasil repercute na imprensa da China. Isso se reflete nas dificuldades burocráticas, que eram resolvidas em 15 dias, agora demoram mais de um mês”, disse.

O diretor do Butantan ainda reforçou, em resposta à senado­ra Simone Tebet (MDB-MS), que se a contratação com o go­verno federal tivesse ocorrido antes, 100 milhões de doses po­deriam ter sido integralizadas em maio. “E nesse momento (com o contrato atual) não sabe­mos se 100 milhões de dose se­rão integralizadas em setembro dada as dificuldades em relação a matéria-prima”, relatou.

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