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Butantan avança em vacina única

© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - investimentos caíram para menos da metade em relação a 2021

O Instituto Butantan infor­ma que obteve resultados pro­missores nos testes preliminares da vacina única contra a gripe e a covid-19. De acordo com o ór­gão paulista, testes em modelos animais mostraram produção de anticorpos induzida pelo imunizante contra as três cepas da influenza (H1N1, H3N2 e B) e contra o novo coronavírus.

O Butantan acredita que en­saios clínicos em humanos po­dem ser iniciados em até um ano. Essa etapa é crucial para verificar a segurança e a eficácia do produto. Segundo o instituto, o projeto de uma nova vacina, conduzido por cientistas brasileiros em parceria com órgãos internacionais, tem o potencial de baratear e elevar a ca­pacidade de produção de vacinas para o Brasil e outros países em desenvolvimento.

O laboratório americano Novavax também corre atrás de um imunizante único. Os testes em humanos foram iniciados em setembro, na Austrália, após resultados promissores dos en­saios pré-clínicos, segundo a farmacêutica. A expectativa é divulgar dados da nova fase de testes neste semestre. A empresa Moderna, também americana, é outra que já anunciou planos de lançar vacina única em 2023.

Síndrome gripal
Segundo o boletim epide­miológico da Secretaria Muni­cipal da Saúde, divulgado nesta segunda-feira, 7 de março, em janeiro foram confirmados 22.234 casos de síndrome gripal em Ribeirão Preto. Ainda tem 8.486 de fevereiro e 412 de mar­ço, chegando a 31.132 em pouco mais de dois meses deste ano. No ano passado inteiro foram registrados 67.194 casos de sín­drome gripal em Ribeirão Preto.

Ainda segundo o boletim, no primeiro mês de 2022 foram confirmadas 340 ocorrências de síndrome respiratória aguda grave (Srag) na cidade, além de 289 em fevereiro e 20 em março, totali­zando 649. No ano passado todo, 6.014 pacientes foram diagnosti­cados com Srag, com seis mor­tes. Desde 2015, a síndrome já causou 68 óbitos em Ribeirão Preto. O pico ocorreu em 2018, quando 23 pessoas morreram em decorrência da Srag.

Agendamento
Clínicas particulares de São Paulo pretendem começar até o fim de março a campanha da gripe de 2022. Algumas unida­des já fazem agendamento para o início da aplicação domiciliar a partir do dia 25. Na rede pública, a campanha costuma ser a par­tir de abril, mas o Ministério da Saúde estuda antecipar. Os no­vos imunizantes são adaptados à cepa Darwin do vírus, que cau­sou um surto de casos no Brasil no fim do ano passado.

Em nota, o ministério infor­mou já ter contratado 80 milhões de doses de vacinas junto ao Ins­tituto Butantan. Há dez dias, o órgão paulista antecipou a entrega do primeiro lote de imunizantes contra a influenza (gripe) deste ano, com dois milhões de do­ses. A vacinação na rede públi­ca tem por objetivo imunizar os grupos de mais risco, entre eles, idosos acima de 60 anos, crianças menores de 6 anos, gestantes, puérperas, pessoas com comorbidades, indíge­nas, profissionais da saúde e da educação, entre outros.

Cerca de 70% dos óbitos pela doença são nesses grupos. A campanha nacional contará com 80 milhões de doses, das quais metade será entregue até o fim de março. O restante deve ser entregue até o fim de abril, conforme o Butantan. Como o imunizante foi atualizado para a nova cepa, os médicos recomen­dam que mesmo quem tomou a vacina no final de 2021 procure um posto de saúde ou clínica.

Em algumas clínicas, para pa­gamento antecipado, o valor da dose sai por R$ 100. Após a chega­da da vacina, o custo da aplicação deve variar entre R$ 130 e R$ 160. A Dasa, rede de saúde integrada, que reúne mais de 900 unidades em todo o Brasil, planeja iniciar a campanha contra a gripe este ano entre março e abril. Assim que for iniciada, o interessado poderá ir até uma unidade ou agendar a aplicação domiciliar.

“A influenza provoca surtos anuais com picos nos meses de outono e inverno, causando de mil a três mil óbitos e cerca de seis mil casos de síndrome respiratória aguda grave, uma das formas gra­ves que também se manifesta na covid-19”, afirma Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Bra­sileira de Imunizações (SBIm).

Crianças entre 5 e 11 anos de idade deverão aguardar um período de 15 dias entre a va­cina do coronavírus e outros imunizantes. No ano passado, a campanha de vacinação contra a influenza começou em abril e se estendeu até setembro por causa da baixa adesão.

O balanço foi de 72,1% do público-alvo vacinado, mas a meta do governo federal era ter 90% do grupo prioritário imu­nizado. Ainda segundo o Minis­tério da Saúde, as vacinas contra a covid-19 podem ser adminis­tradas de maneira simultânea com os demais imunizantes ou em qualquer intervalo na popu­lação acima de 12 anos de idade.

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