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Burro alerta para perigo entre beber e dirigir

JF PIMENTA

Há cerca de oito anos o publicitário Carlos Antônio de Moraes, o Brami­nha, de 61 anos, re­aliza uma campanha de conscientização no trânsito. As ações acontecem nos prin­cipais cruzamentos de ruas e avenidas de Ribeirão Preto. Além de cartazes compos­tos de frases indagati­vas, ele usa uma cabe­ça de burro.

O publicitário Carlos Antônio de Moraes, o Braminha, diz que começou as ações após uma tragédia familiar

O burro não ga­nhou nome próprio, ficou Burro mesmo. Vem se transforman­do, ao longo dos anos, em uma figura caris­mática. “As pessoas param para conversar, para tirar fotos e sel­fies”, diz. O personagem não fica só na cidade. “Eu vou ao estádio de futebol ver os jogos do Botafogo e levo o Burro, todos gostam e brincam. Também paro em praças e parques da cidade”, completa.

As faixas e cartazes aler­tam para os perigos de dirigir embriagado. “1+4=7 [1 (cer­veja) + 4 (rodas) = 7 (palmos e caixão)]”, mostra uma. “Seja paciente no trânsito para não ser paciente no hospital”, diz outra. “Sempre procuro deixar um cartaz ou uma faixa nos lo­cais que eu vou, que é para as pessoas lembrarem”, ressalta.

Braminha conta que come­çou a campanha após perder um sobrinho em um acidente automobilístico que vitimou outras três pessoas. “Foi uma tragédia e eu quis usar a minha profissão para alertar as pes­soas”. As ações não têm dia e nem hora marcada, acontecem sempre que ele tem um tempo disponível, geralmente na hora do trânsito mais pesado.

A campanha ultrapassou as ruas e avenidas. Vários busdo­ors (propaganda em vidros de ônibus) estampam os alertas. “Trabalho com isso e mando essa mensagem. Também co­loco nas revistas e publicações que produzo, sempre que tem um espaço dispo­nível”. “O curioso é que o Burro me abriu portas e co­mecei a ter mais espaços. Não era a intenção, mas aconteceu”.

Por que o burro?
“Não estou chamando as pessoas de burras, mas é uma burrice beber e dirigir. É uma burrice morrer ou matar no trânsito. Procuro fazer isso com bom humor”, explica o publicitário.

O personagem foi, segundo ele, criado pelo diagramador e arte finalista Ney Tosca. “Con­versei com o Ney que é meu amigo. Eu queria usar um per­sonagem famoso de desenho animado, mas o Ney desenhou e me deu essa ideia, eu gostei”, conta. “A Ana Maria Braga não tem o papagaio, o Louro Jose? Eu tenho o burro, o Burro?”, brinca. “As pessoas querem ver a Ana Maria, mas perguntam do Louro José, comigo, quan­do elas conversam, perguntam do Burro, virou marca”.

O publicitário revela que pretende fazer uma campa­nha um pouco mais agressiva em 2020. “Quero colocar um carro batido e pessoas como se fossem vítimas. Alertar que beber e dirigir pode provocar isso”, finaliza.

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