Um buraco negro supermassivo bem distante parece ter sido desligado e reiniciado. De acordo com astrônomos que observavam há tempos essa força gravitacional que engolia toda uma galáxia, a atividade foi desaparecendo ao longo de um ano, quando, depois de alguns meses, reapareceu como se nunca houvesse sumido.
Além do curioso desligamento, o que mais intrigou os cientistas foi a rapidez com que isso aconteceu. Afinal, para uma escala de tempo universal, um ano não é o suficiente para que um supermassivo – que pode ter até bilhões de vezes a massa do Sol – diminua dez mil vezes. A volta à ativa foi ainda mais rápida, visto que demorou apenas alguns meses para que o buraco negro estivesse tão brilhante quanto antes.
“Esperamos que mudanças de luminosidade tão grandes variem em escalas de tempo de milhares a milhões de anos”, explicou Erin Kara, física do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) e uma das observadoras do fenômeno. “Mas neste objeto, vimos uma mudança de 10 mil ao longo de um ano e até um fator de 100 em oito horas, o que é totalmente inédito e realmente incompreensível”, acrescentou.
Segundo um estudo publicado na revista científica The Astrophysical Journal Letters nesta quinta-feira (16), os cientistas suspeitam que algo tenha atrapalhado o funcionando do supermassivo – talvez uma grande estrela que obstruiu a passagem de outros corpos celestes como uma ferramenta esquecida nas engrenagens de um motor.
Para se ter uma noção da dimensão de supermassivos
Há duas semanas, cientistas determinaram que um dos maiores buracos negros conhecidos tem um apetite descomunal. Descoberto em 2018 e conhecido como J2157, ele tem massa 8 mil vezes maior que Sagittarius A*, o buraco negro no centro de nossa galáxia, e devora diariamente uma quantidade de matéria equivalente à massa do Sol.
Via: Futurism