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Esportes

Bruno Moraes relata dias difíceis no Botafogo e pede oportunidade para voltar a defender o clube

RAUL RAMOS/AGÊNCIA BOTAFOGO

Murilo Bernardes

O futebol é um esporte di­nâmico e muitas vezes a carrei­ra de um jogador muda dras­ticamente de uma hora para outra. Essa mudança pode ser para o lado positivo ou negati­vo, a velocidade é exatamente a mesma. Numa temporada você pode ser idolatrado e na outra ser considerado um vilão.

Esse é o dilema que vive o atacante do Botafogo, Bruno Moraes, o “General”. Artilheiro do Pantera no Paulistão 2018 com 5 gols marcados, o centro­avante caiu nas graças da tor­cida, o que fez com que a dire­toria acertasse sua contratação em definitivo, num contrato válido por duas temporadas.

Entretanto, apesar do con­trato, Bruno Moraes foi em­prestado ao Coritiba para a disputa da Série B. No clube paranaense, o “General” so­freu com lesões e a escassez de gols. Por lá foram 20 jogos e apenas 2 gols.

JF PIMENTA/JORNAL TRIBUNA

Ao final da temporada 2018, o jogador se reapre­sentou ao Pantera como uma das principais opções para o setor ofensivo. Porém, o centroavante começou o ano como reserva de Rafael Cos­ta. Bruno Moraes não foi utilizado na estreia diante do São Bento e nos jogos seguin­tes entrou no segundo tempo.

A primeira partida em que foi titular, diante do São Cae­tano, anotou dois gols. Apesar da boa atuação, o atacante vol­tou para o banco. Retornou ao time titular diante do Red Bull, jogo em que Léo Condé foi demitido. Após a chegada de Roberto Cavalo, atual técnico do Pantera, o atacante passou a ser testado apenas nos minutos finais das partidas.

Com um problema no joelho, Bruno Moraes fez infiltrações e jogou sempre no sacrifício, o que, de fato, atrapalhou seu rendimento. Com o término do Paulistão, o “General” passou por uma artroscopia para corrigir as dores no joelho. Desde então, o atleta não jogou mais pelo Botafogo e atualmente treina com o elenco principal, mas não participa dos coletivos e trabalhos táticos que visam os jogos. O jogador, que ano passado foi idolatrado, hoje é um “problema” para o clube, já que quando foi contratado, chegou para ser um dos prin­cipais jogadores e líder do grupo botafoguense.

Em entrevista exclusiva ao Jornal Tribuna, Bruno Mora­es, comentou como está en­carando essa “nova fase” com a camisa do Pantera.

“Tenho que encarar de for­ma positiva. Na vida sempre passamos por momentos ruins e deles devemos tirar proveito. Ainda tenho contrato com o clube e dia após dia vou seguir trabalhando”, disse.

O atacante afirma que a si­tuação foi mal conduzida por parte dele e da comissão téc­nica. Bruno Moraes alega que procurou o treinador para uma conversa após receber críticas em relação a sua condição físi­ca em comparação aos demais companheiros de posição.

“Quando voltei da cirur­gia e estava liberado para trei­nar com o grupo, nos treinos coletivos, eu ficava treinando atrás da placa e não entra­va nem 10 minutos. Foram umas três semanas assim. Fui conversar com ele após ele dar uma entrevista dizendo que eu estava abaixo do He­nan e do Rafael Costa. Eu o questionei como iria evoluir se ele não me deixava parti­cipar dos treinos coletivos. Seria mais fácil ele falar para a diretoria que não contava mais comigo, do que me dei­xar de fora dos treinos. Não pedi para ele me levar para os jogos, não pedi para ser escalado, só pedi para treinar com meus companheiros. As coisas foram mal conduzidas sim, de ambas as partes, mi­nha e deles, por tudo o que foi falado”, conta.

JF PIMENTA/JORNAL TRIBUNA

Chateado com o rumo que as coisas tomaram, o jo­gador conta que se sacrificou durante o Paulistão e que o combinado era fazer a cirur­gia ao término da competi­ção. O “General” também fez questão de ressaltar sua iden­tificação com o clube.

“Estou chateado sim, tive uma grande identificação com a camisa do Botafo­go. Aqui pude ser craque do Paulistão, vice-artilheiro da competição e por pouco não chegamos as semifinais. Esse ano foi um momento ruim, brigamos para não cair e por essa identificação, não quis tirar o corpo fora. Tomei in­jeção atrás de injeção para es­tar em campo e ajudar como fosse possível.

Livrando o time do rebaixamento eu iria me cuidar e assim foi feito. Fiz a artroscopia e tive uma excelente recuperação. Gra­ças ao departamento médico, em 21 dias já estava pronto para voltar aos treinos. Des­de que voltei, tudo isso está acontecendo e sempre escuto que estou abaixo dos outros, mas vocês estão no dia a dia do clube e sabem que eu es­tou sempre atrás da placa nos coletivos. Tenho que respei­tar”, relatou.

Apesar dos problemas, Bruno Moraes afirma que está esperando uma oportunidade e que voltar a vestir a camisa do Botafogo seria muito gra­tificante. “Eu tenho contrato com o clube, queria muito po­der ter oportunidades. Treino todos os dias, dou o meu me­lhor. Seria um prazer ajudar, como sempre fiz”, disse.

Apegado a família, o ata­cante acabou de ser pai. Se­gundo ele, as pessoas mais próximas têm sido funda­mentais neste momento “dife­rente” da carreira. “Eles são a base de tudo. São os que ligam para falar palavras positivas, que me motivam a olhar pra frente. Estão sendo meu porto seguro, minha vitamina diá­ria, meu ânimo”, contou.

Por fim, o centroavante relatou a saudade dos grama­dos e afirmou que está sem­pre na torcida por seus com­panheiros. “É complicado, o jogo é o maior cenário, é onde todos querem estar. Te­nho que ser forte e manter a mente boa, porque tudo pode mudar. Sigo treinando fir­me e torcendo para os meus companheiros”, finalizou.

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