O PAU DA BARRACA
Há uma expressão popular para definir atitude surpreendente e corajosa de alguém que era muito usada nas transmissões esportivas de Goiás. Quando alguém manifestava opinião escancarando uma situação desagradável, dizia-se: ”Ele (a) chutou o pau da barraca”. Simbologia de que a ação derrubou a armação de lona ao retirar com um chute a haste de sustentação. Havia um locutor engraçadinho que trocava o verbo chutar por outro que sugeria pornografia, principalmente quando entrevistava mulher. Uma brincadeira de mau gosto para uso interno da equipe porque os ouvintes nem percebiam.
O pau da bandeira…
No início da década de 70 o Comercial de Ribeirão Preto teve um ponta-direita chamado Tonho. Durante toda sua carreira ele foi alvo de gozações dos colegas por ter chutado o pau da bandeirinha ao cobrar um escanteio num jogo no Morumbi. Era bom ponta e foi vendido para a Ferroviária junto com Batalhão, lateral-direito, que de lá foi para o Flamengo e depois voltou para o Comercial. Batalhão não sabe se a história é verdadeira ou folclore, mas Tonho nunca se livrou das brincadeiras, porque o fato era desmoralizante para um jogador profissional.
O pau moderno…
Na época a bandeirinha de escanteio era sustentada por um sarrafo, pau mesmo. Como eram as traves, por isso os locutores falavam ”no segundo pau” referindo-se à direção da bola na hora de um cruzamento. Hoje os perfeccionistas dizem ”na segunda trave”, porque não é mais de madeira. A bandeirinha de escanteio também não fica mais no pau, a haste é de PVC e flexível, mas nem esta modernidade impediu que o atacante Silvinho da Ponte Preta repetisse a façanha de Tonho. Durante o jogo Ponte x Ituano, sábado, 03, ao cobrar um escanteio, chutou o ”pau” da bandeirinha. Ironia do destino, Silvinho também é ex-jogador do Comercial.