HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA
A inércia das autoridades brasileiras em relação à violência no futebol é uma vergonha. As famílias se afastam, torcedores morrem e jogadores são agredidos. Estas cenas se repetem a todo instante em locais e horários variados e nada é feito para conter o aumento desenfreado desta tragédia. O que ocorreu no jogo Ponte 2 x Vitória 3, no último domingo, 26, no Estádio Moisés Lucarelli, não só engrossa esta estatística como também realça uma característica negativa da torcida da Ponte Preta. Torcedores invadiram o gramado para agredir os jogadores de seu próprio time, que foi rebaixado com a derrota.
Contra todos…
A primeira manifestação de violência dos ponte-pretanos eu presenciei na década de 70, quando em frente à cabine de rádio, que era separada do público por uma mureta, torcedores se voltaram contra o narrador Helton Pimenta, de Ribeirão Preto, que transmitia um jogo no Estádio Moisés Lucarelli. Para se defender, Helton ameaçou revidar com o microfone, um ”Electro voice”, de ferro e pesado, o que conteve o ímpeto dos agressores e permitiu que o profissional seguisse seu trabalho normalmente. Mas em outros episódios a violência foi maior contra a imprensa ribeirão-pretana, que fez de José Carlos Barbosa, o ”Beleza”, uma das principais vitimas.
Vingança botafoguense…
Antes disso, cinco ou seis torcedores da Ponte agrediram covardemente o torcedor símbolo Pidão Baroni do Botafogo, no Moisés Lucarelli. Esta ação dos campineiros teve revanche. Vários botafoguenses se prepararam para a vingança e se infiltraram na torcida visitante, no Estádio Palma Travassos. Identificaram os agressores de Pidão e devolveram a surra com juros e correção monetária. O massacre foi tão grande que muitos dos agredidos se jogaram das arquibancadas para escapar da pancadaria. Este histórico de violência da torcida campineira seria suficiente para lacrar qualquer clube, mas no país onde dezenas de outras torcidas são até mais violentas, nenhuma medida eficaz é adotada pelas autoridades. Lamentável.