Carlucci 77
No dia 30 de abril Carlo Alessandro Colleoni completou 77 anos. Nascido em Bérgamo, na Itália, consagrou-se no futebol como Carlucci, um dos maiores ídolos da história do Botafogo e o maior cobrador de faltas de toda a história, um dos maiores do Brasil. Ao ver a data de nascimento, constatei: o jovem lateral-esquerdo “entrou numa fria” quando foi escalado de zagueiro-central por Osvaldo Brandão contra o Santos no famoso jogo dos 11 a 0, em que Pelé marcou oito gols. Brandão inventou uma defesa com quatro laterais: Ditinho, Carlucci, Tiri e Maciel. Carlucci tinha 18 anos. O time: Machado; Ditinho, Carlucci e Tiri; Maciel e Hélio Vieira; Zuino, Alex, Antoninho, Adalberto e Gaze. Habilidoso e altamente técnico, Carlucci atuava também na meia-esquerda.
As faltas…
Em 1968, no Santa Cruz, Carlucci fez gol no Félix, que dois anos depois seria tricampeão na Copa do Mundo do México. Ele cobrou a falta do meio do campo e o Botafogo venceu (2 a 1) a Portuguesa. Até quando não fazia o gol suas faltas eram marcantes. Contra o São Paulo em 1968 ele quase matou Roberto Dias de tão forte que era seu chute. Pelo Comercial, marcou no Come-Fogo, a dois metros da baliza de escanteio, na ponta direita, cobrou uma falta em chute reto a meio metro de altura, o goleiro Mão de Onça colocou a mão na bola e foi com ela para dentro do gol. Um dos maiores artilheiros do Botafogo nas décadas de 60 e 70, a maioria de falta, Carlucci fez gol também na inauguração do Estádio Santa Cruz nos 6 a 2 contra a Romênia.
As revelações…
Além de astro em campo, Carlucci era didático fora dele, como técnico da base revelou muitos jogadores. Em 1972 foi técnico e jogador do “Expressinho” do Botafogo num torneio da Federação Paulista de Futebol, enquanto o time principal excursionava. O time tinha Carlos Alberto, Olavo, Piter, Oscarzinho, Guerra, Renê, Vanderci, Nenê Davi, Marinho, Pedro Luis e outros que também foram promovidos ao time principal ou para outras equipes. Por causa de Pepe, o “Canhão da Vila Belmiro”, que chutava forte, Carlucci, que chutava mais forte que Pepe, virou “Canhão da Vila Tibério”. Após pendurar as chuteiras, ele foi técnico da base, preparador físico do profissional e também diretor de esportes do SESC. Vida longa, “Canhão”!