Técnico ou professor?
Dizia Oto Glória, 3º colocado na Copa do Mundo da Inglaterra em 66 com a seleção de Portugal, que “técnico de futebol vai de besta a bestial” em duas rodadas. Quando perde é besta e quando ganha é bestial, aprendizado que trouxe de terras lusitanas e comentava com os amigos. Besta ou bestial, técnico é uma figura descartável, são dispensados ao bel-prazer dos cartolas, independente de resultados, que às vezes são usados como pretexto, mas os motivos da dispensa são inconfessáveis. Técnicos já caíram após uma conquista. Andrade, Rogério Ceni, Dorival Júnior, só para citar alguns injustiçados.
Paulo Baier e Marciano…
Gustavo Marciano caiu no Comercial, era para sair antes, mas os jogadores pediram sua permanência e o presidente atendeu. Pedido assim deve ser bem avaliado, a liderança bem analisada. Paulo Baier caiu no Botafogo, líder do grupo A, com menos de 50% no Paulistão, mas com mais de 60% na C, subiu, e por isso renovou contrato. A imprensa se limita à nota oficial. Nos anos 70, o Botafogo demitiu o excelente preparador físico Renato Silva. Ao investigar o motivo, descobriu-se que o diretor Nege Abdala flagrou Geraldão marcando seu peso no livro abaixo do que a balança registrava. Renato caiu.
Matar no peito…
Quem chama técnico de professor é ridicularizado, mas alguns técnicos merecem a referência. Cilinho e Telê Santana eram notáveis por ensinar e aprimorar. Ademir Vicente, Ademirzinho, lateral-esquerdo revelado no Comercial e no Botafogo-RJ virou ídolo no meio de campo, contou ao repórter Lucinho Mendes que tinha dificuldade em matar a bola no peito. Telê Santana percebeu a deficiência e se prontificou a ajudá-lo. Cada um ficava numa lateral do campo, Ademir lançava e Telê dominava no peito e devolvia rasteirinha. Depois Telê lançava e Ademir tinha que fazer o mesmo. Aprendeu.