Um craque no gramado
O time do Botafogo teve bom motivo para se inspirar no jogo com o São Bento nesta terça-feira (14) no Estádio Santa Cruz. A homenagem a um craque que, com seus dribles e lançamentos, encantou os botafoguenses nos anos 60. Henrique era meia-esquerda, “camisa 10” da “linha mágica”, uma máquina de fazer gols como definiu a imprensa da capital. Foi campeão do 1º turno do Paulistão em 1960, empatado com o Santos de Pelé, e convocado para a Seleção Brasileira por Aymoré Moreira, técnico do Brasil campeão na Copa do Chile em 62 e que pretendia renovar a seleção.
Fora do gramado…
Dentro de campo Henrique fazia gols e dava assistência para os gols de Zuino, Laerte, Antoninho e Géo. Fora de campo um craque na assistência social, nas campanhas de entidades e na solidariedade aos amigos. Expoente na criação do “Futebol do Sábado” para os ex-profissionais, que existe há meio século, e organizador do “Encontro de Craques”, confraternização anual de ex-jogadores no Poliesportivo do Botafogo. Autor do trabalho “Odontologia aplicada ao esporte”, instalou um consultório no Santa Cruz e como gerente de futebol Henrique Sales subiu com o Botafogo para a Série A em 1998.
E na excursão…
Em janeiro de 1962 Henrique participou da 1ª excursão do Botafogo à Argentina ao lado de Machado, Ditinho, Tatau; Tarciso, Antônio Julião, Tiri; Zuino, Laerte, Antoninho, Henrique, Géo, Silva, Resende, Valter, Nair, Egidio, Benedito Julião, Neiriberto. Na homenagem de ontem Henrique, único titular vivo, representou os jogadores. Na volta da Argentina de navio no “Cruzeiro Carnaval do Rio” os botafoguenses se fantasiaram e realizaram o casamento de Henrique com Resende. Machado de padre e Ditinho de sacristão. A inspiração valeu, Botafogo venceu (1 a 0) o São Bento com gol de Edson.