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‘Brenda Lee e o Palácio das Princesas’‘ – Musical abre Festival de Teatro

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Começa nesta sexta-feira, 18 de agosto, o 7º Festival Na­cional de Teatro de Ribeirão Preto. Para marcar sua estreia, o Teatro Municipal recebe, às 20 horas, o premiado mu­sical “Brenda Lee e o Palácio das Princesas”, que retrata um pouco da história de Brenda Lee, ativista que fundou a pri­meira casa de apoio para pes­soas com HIV/Aids do Brasil.

Considerada referência na luta pelos direitos LGBTQIA+, a ativista Brenda Lee (1948- 1996) tem uma pensão para travestis que, em sua maioria, vivem da prostituição. Ape­sar da realidade de violência em que vivem, dentro da casa as travestis são acolhidas por Brenda, que lhes ensina a que­rer mais da vida.

Homenageada em 2022 pelo espetáculo “Brenda Lee e o Palácio das Princesas”, o mu­sical é vencedor dos prêmios Bibi Ferreira (atriz revelação em musicais e melhor roteiro), APCA (melhor espetáculo do ano) e Shell (de melhor atriz). Ao contar a história da travesti Caetana, que ficaria conhecida como Brenda Lee, o espetáculo cria uma discussão sobre a luta das travestis nas ruas de São Paulo, a escassez de oportuni­dades que as impele à prosti­tuição e como foram apoiadas pela protagonista.

Brenda nasceu em Bodocó (PE), em 1948, e mudou-se, aos 14 anos, para São Paulo, onde trabalhou com a pros­tituição até meados dos anos 1980, quando decidiu comprar um sobrado no Bixiga e abrir uma pensão para acolher tra­vestis em situação de vulnera­bilidade, muitas delas infecta­das pelo vírus HIV/Aids.

O espaço foi muito impor­tante porque, na época, como se sabia muito pouco sobre a epidemia, a maioria das tra­vestis soropositivas estava condenada ao preconceito, à violência, ao abandono e à solidão. E, por esse trabalho essencial, a ativista passaria a ser conhecida como “anjo da guarda das travestis”.

Mais tarde, o centro de apoio à população trans seria reconhecido como a primeira casa de acolhimento a pesso­as com HIV/Aids no Brasil. Chamada de Palácio das Prin­cesas, a instituição firmou convênios com a Secretaria da Saúde do Estado de São Pau­lo e com o Hospital Emílio Ribas. E graças a um traba­lho conjunto, essas entidades aprimoraram a forma de aten­der pacientes soropositivos, independente de gênero, sexo, orientação sexual e etnia.

Aos 48 anos, em 28 de maio de 1996, no auge de seu projeto, Brenda foi as­sassinada e encontrada no interior de uma Kombi esta­cionada em um terreno bal­dio, com tiros na região da boca e no peitoral. O crime teria sido motivado por um golpe financeiro cometido por um funcionário da casa. Em 2008, foi criado o “Prê­mio Brenda Lee”, que con­templa personalidades que se destacam na luta contra o HIV e prevenção da aids.

A criação deste musical é uma continuidade das pes­quisas do Núcleo Experimen­tal sobre as possibilidades de interação entre música e te­atro. Além disso, consolida a trajetória do grupo como criador de musicais originais brasileiros e comemora os dez anos da sua sede no bair­ro da Barra Funda.

O trabalho tem dramatur­gia e letras de Fernanda Maia, direção e figurinos de Zé Henrique de Paula e música original e direção musical de Rafa Miranda. O musical traz em cena seis atrizes transves­tigêneres, Verónica Valentti­no, Olivia Lopes, Tyller An­tunes, Andrea Rosa Sá, Elix e Leona Jhovs, além do ator cisgênero Fabio Redkowicz.

A orquestra é formada por Rafa Miranda (piano), Juma Passa (contrabaixo), Rafael Lourenço (bateria) e Carlos Augusto (guitarra e violão). Já a preparação de atores é assi­nada por Inês Aranha e a core­ografia, por Gabriel Malo. As canções originais do musical têm elementos de brasilidade aliados à contemporaneidade, tendo como referência com­positores queer, transgêneros e não binários.

Bases eletrônicas deverão aludir à boate, mas as canções das personagens terão contor­nos melódicos elaborados e harmonias que reforcem o as­pecto afetivo da canção. Num grande número final, as “filhas de Caetana”, cantam suas vitó­rias e celebram sua grande pro­tetora, que abriu caminho para que elas pudessem ter uma vida melhor.

7º Festival de Teatro
O 7º Festival Nacional de Teatro de Ribeirão Preto, a ser realizado gratuitamente de 18 de agosto a 6 de setem­bro, recebeu mais de 300 ins­crições de grupos, espetácu­los e atividades cênicas para a edição deste ano. Foram 282 inscrições para participar das Mostras Nacional e Local e 32 para atividades que pos­suem projetos aprovados via leis de incentivo.

Para a Mostra Nacional, fo­ram selecionados os espetácu­los “Moby Dick e os caçadores de Baleia”; “Bichos do Brasil”; “Órfãs de Dinheiro”; “Kizomba pra Preto – A Ópera do Carna­val” e “Candelária”. Já a Mostra Local teve como selecionados os seguintes espetáculos: “A Casa de Bernarda Alba”; “A garota que guiava trens no de repente de uma tragédia sem tamanho”; “A Gata Borralheira – Uma Farsa Mineira”; “Antro­potomia” e “A Tribo”.

O Teatro Municipal fica na praça Alto do São Bento s/nº, Jardim Mosteiro. Para compra online há taxa de serviço. O lo­cal tem capacidade para receber 515 pessoas – o estacionamento tem 40 vagas. Mais informa­ções pelos telefones (16) 3625- 6841 ou (16) 99784-6631 (Jader Produções). O espetáculo não é recomendado para menores de 14 anos devido ao horário. O uso de máscara é opcional.

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