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Brasileiro passa mais de 5 horas por dia usando celular 

O Brasil também é o quarto país que mais baixa aplicativos, com 10,26 bilhões de downloads em 2023 nas lojas de apps 

Apenas a Indonésia, Tailândia, Argentina e Arábia Saudita estão na frente do Brasil no uso diário do celular (Alfredo Risk)

O brasileiro está realmente grudado na tela do smartphone. Em 2023, cada pessoa passou 5,02 horas por dia usando o celular. É o que aponta o mais recente relatório “State of Mobile“, feito pela Data.AI. O número representa um crescimento de quase 5% em relação ao ano anterior. 

Em 2022, a média de uso diário do celular por pessoa no Brasil foi 4,82. O recorde anterior era de 4,93 horas por dia em 2021. Apenas a Indonésia, Tailândia, Argentina e Arábia Saudita estão na frente do Brasil em termos de uso diário. 

Além disso, o Brasil continua sendo o quarto maior mercado em relação ao número de downloads de apps. O Brasil só fica atrás da China, da Índia e dos EUA, com 10,26 bilhões de downloads de aplicativos. O aplicativo mais baixado em 2023 foi o gov.br, mas o WhatsApp foi o que teve maior número de usuários ativos. 

Além de passar 5,02 horas por dia no celular, o brasileiro também gastou mais dinheiro em lojas de apps em 2023.  Em 2023, download de apps pagos, compras em aplicativos ou assinaturas de serviços, como streaming ou aplicativos de paquera, renderam US$ 1,73 bilhão às lojas de aplicativos. 

O Google One, que entrou no grupo de aplicativos que lucraram mais de US$ 1 bilhão, foi o aplicativo que mais recebeu grana do usuário brasileiro, superando o Globoplay, o HBO Max e o Disney+. Aliás, o streaming foi onde o usuário brasileiro mais gastou dinheiro: mais de US$ 250 milhões, crescendo 230% desde 2020. O Globoplay lidera o ranking com US$ 107,5 milhões. 

 

Crianças e celular  

É cada vez mais comum que crianças, mesmo quando muito pequenas, tenham aparelhos celulares. Também é comum que elas passem cada vez mais tempo na frente das telas. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua sobre Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad/TIC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Conforme o levantamento, aproximadamente 85% das crianças de 10 a 13 anos acessaram a internet no Brasil ano passado. Esse acesso cresce continuamente com o avanço das faixas de idade, chegando a mais de 96% dos adultos de 20 a 29 anos, mas diminui um pouco no patamar dos 50 anos. 

Apesar de acessarem menos a rede, o crescimento no uso da internet foi mais acelerado entre os mais velhos. Segundo o IBGE, o aumento do percentual de pessoas que utilizaram a internet, de 2019 a 2022, foi maior entre adultos de 50 a 59 anos e de 60 anos ou mais (crescimento de 11,9 e 17,3 pontos percentuais, respectivamente). 

Pela primeira vez, o estudo também investigou a frequência com que as pessoas normalmente usam a web: 93,4% dos brasileiros acessavam a rede todos os dias no ano passado, enquanto outros 2,7% se conectavam quase todos os dias (cinco ou seis dias na semana). A pesquisa entrevistou apenas habitantes com mais de 10 anos. 

Os dados mostram um elevado percentual de crianças acessando a internet: 91,2% das que têm entre 10 a 13 anos usam a rede diariamente, seja navegando em sites, postando em redes sociais ou jogando com amigos. No caso das pessoas com idade entre 14 e 39 anos, mais de 95% afirmaram usar a internet todos os dias. 

Em 2022, o percentual de crianças entre 10 a 13 anos que têm celular alcançou 54,8%. Foi um avanço de 3,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior. 

Em crianças e adolescentes, o uso desenfreado também pode afetar o desenvolvimento do cérebro e a concentração. Conforme os especialistas, isso pode ocorrer devido aos smartphones e outras telas provocarem a liberação de dopamina no cérebro, neurotransmissor que dá sensação de prazer e satisfação, por conta do estímulo provocado, por exemplo, ao rolar a tela do telefone, curtir, comentar, conversar e interagir com amigos e seguidores nas redes sociais. Só que a dopamina vicia e quanto maior o contato com os estímulos rápidos, maior é a chance de se repetir – e aumentar – esse tipo de comportamento. 

 

 

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