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Brasileiro está mais endividado

Grande parcela da popu­lação brasileira se encontra endividada ou inadimplente, ocasionando problemas que vão muito além do dinheiro, envolvendo até mesmo rela­ções familiares e saúde. Esse crescimento, com certeza tem muito em relação à crise polí­tica, financeira e de saúde que o país vive.

Reinado Domingos é PhD em Educação Financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros

Segundo dados do Serasa, o número de brasileiros ina­dimplentes voltou a subir em janeiro e se aproxima do pata­mar recorde atingido no início da pandemia, em abril de 2020, de 65,91 milhões de pessoas. Em janeiro deste ano, 64,82 milhões de pessoas estavam com contas em atraso, 850 mil a mais do que no mês anterior.

Entretanto, para o espe­cialista em finanças Reinado Domingos, também existem outros fatores que geram o en­dividamento. PhD em Educa­ção Financeira e presidente da Associação Brasileira de Edu­cadores Financeiros (Abefin) ele é autor de diversas obras sobre o tema. Reinaldo Do­mingos listou para o Tribuna Ribeirão os sete principais pe­cados que levam as pessoas a se tornarem inadimplentes:

Falta de educação financeira
Sem possuir educação fi­nanceira, as pessoas não co­nhecem sobre a importância do dinheiro e as formas cor­retas de utilizá-lo. O cami­nho para sair desta situação é buscar cursos e livros sobre o tema. Também é fundamental a preocupação com as crian­ças, ensinando de forma lúdica e solicitando a inserção deste tema nas escolas.

Falta de planejamento
As pessoas não sabem para onde vai o dinheiro que recebem. Ganham e gastam sem controle nenhum ou com um controle superfi­cial, não se dando conta que o descontrole financeiro não acontece nos grandes gastos, mas sim nos pequenos. Para evitar que isso ocorra, o cor­reto é o preenchimento de uma caderneta diária de to­dos os gastos, que chamamos de apontamento, e realizar uma planilha mensal por três meses, conhecendo, assim, os seus verdadeiros números.

Marketing e publicidade
A suscetibilidade às ferra­mentas de marketing e publi­cidade faz com que as pessoas comprem o que elas não preci­sam. Isso acontece diariamente por meio de ações expostas na televisão, nas ruas, no trabalho. As mensagens são muitas e as pessoas passam a acreditar que parte do que é oferecido é real­mente necessário. O caminho para evitar esse problema é não comprar por impulso; o ideal é se questionar se realmente precisa desse produto, qual a função que terá em sua vida, etc. Também é interessante deixar a compra para outro dia, quando terá refletido sobre se quer realmente o produto.

Crédito fácil
Buscar ferramentas de crédito fácil, como emprés­timos, crediários, financia­mentos, limite do cheque especial ou pagar o mínimo de cartão de crédito já é uma forma de endividamento. O mercado oferece milhares de produtos de fácil acesso, con­tudo, os juros cobrados são abusivos e fazem com que a inadimplência se torne alta. Assim, a solução é evitar es­ses meios. No caso de cartão de crédito, o ideal é ter só um e, em caso de descontrole, até mesmo eliminar. Também é interessante não ter limite de cheque especial e evitar os empréstimos e crediários.

Parcelamentos
Ao parcelar as compras, as pessoas não percebem que já estão se endividando. Para piorar, muitas vezes, o con­sumidor esquece de colocar esses valores no orçamento, o que pode comprometer seriamente as finanças. Um parcelamento, na verdade, é uma forma de crédito, pois você está usando um dinhei­ro que não possui para com­prar um produto. Caso seja fundamental parcelar, deverá constar no orçamento mensal da pessoa, que sempre que receber seus rendimentos, separará parte do valor para pagar essa dívida. Também é interessante ter uma poupan­ça paralela, para que, em caso de imprevistos, tenha como arcar com esses valores.

Falta de sonhos
Não ter objetivo para o di­nheiro causa inadimplência. Se a pessoa não tem determi­nado objetivo para o dinheiro, gastará de forma irresponsável, levando ao endividamento. Isso ocorre muito pela falta de capacidade das pessoas de sonharem, vivendo apenas o presente. Para sair deste pro­blema, é recomendável fazer um exercício simples, refletir sobre quais são realmente os seus sonhos, o que se quer para o futuro. Tendo isso es­tabelecido, deve cotar os va­lores e determinar parte de seu dinheiro, quando rece­bê-lo para esse fim. Com isso em mente, será muito mais difícil cair nas armadilhas do consumismo e crédito fácil.

Necessidade de status social
Acreditar que consumir é importante para ser aceito socialmente faz com que as pessoas comprem sem ter con­dições. Isso porque acreditam que possuir alguma coisa é o que fará a diferença para os ou­tros, e não o que ela realmente é. Isso é um valor errado de que ter produtos é sinônimo de felicidade. O consumo des­sa maneira irá apenas suprir a dificuldade de relacionamento interpessoal. A solução para esta questão é ter objetivos claros e perceber que é muito mais importante ter conteúdo do que ter produto.

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