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Brasil tem pódio com ‘pesados’ no Mundial de judô, mas acende sinal de alerta para Paris-2024

Por Paulo Chacon

Na arte do caminho suave, o Brasil passou por dificuldades. Beatriz Souza e Rafael Silva, no último dia de competições individuais, foram os responsáveis pelas duas medalhas do país no Mundial de judô. Desfalcado de Mayra Aguiar, campeã do mundo em 2022, e Daniel Cargnin, medalhista olímpico, o país ficou para trás em relação a outros concorrentes e faz com que o sentimento de alerta fosse ligado.

Diferente do Mundial de 2022, quando conquistou dois ouros, uma prata e um bronze, o Brasil sabia que a edição deste ano seria mais difícil. Além de não contar com os medalhistas, a seleção brasileira não teve Larissa Pimenta, atleta que figura entre as melhores do mundo em sua categoria. Somado a isso, Amanda Lima e William Lima, jovens com grande destaque na base, estrearam em mundiais adultos em 2023.

Desfalcado de dois candidatos a medalhas, a projeção de pódios da seleção brasileira caiu. Campeã mundial em 2022, Rafaela Silva decepcionou ao ser derrotada na estreia. Beatriz Souza manteve sua constância e foi ao pódio pelo terceiro mundial seguido e Rafael Silva mostrou que vive bom momento faltando 15 meses para os Jogos Olímpicos.

O que faz o sinal de alerta ficar ligado é o desempenho da equipe. Durante os dias de competições individuais, os judocas brasileiros venceram 22 lutas no total. O desempenho deixa o país atrás de Japão, França, Itália, Geórgia, Canadá, Israel e Uzbequistão, nações que brigam por pódio com o Brasil e fazem com que os brasileiros fiquem um pouco mais longe das medalhas nas grandes competições.

De todos os brasileiros que estiveram em Doha, apenas Beatriz Souza, Rafael Silva, que conquistaram os dois bronzes do país, e Amanda Lima, que fazia sua estreia em um Campeonato Mundial, chegaram para a disputa de medalhas. Mesmo com os desfalques e com jovens compondo a equipe e começando sua trajetória em grandes competições, o desempenho ficou abaixo do esperado quando olhamos para vitórias.

Na disputa por equipes, novidade no último ciclo olímpico que acontece no último dia de competição, o Brasil foi superado pela Geórgia por 4 a 3 nas oitavas de final e não chegou na disputa por medalhas em Doha.

RAFAELA SILVA DECEPCIONA

Sem poder contar com Mayra Aguiar, fora por conta da questão física, Rafaela Silva era a grande chance de medalha de ouro do Brasil no Mundial deste ano. Campeã do mundo em 2022 e líder do ranking mundial, a brasileira sabia da responsabilidade e decepcionou.

Na estreia, a brasileira teve a turca Hasret Bozkurt, que era a número 61ª do mundo, e foi derrotada de maneira rápida por ippon Na saída do tatame, a brasileira não escondeu o que pensava sobre seu desempenho na competição.

“Eu cheguei como uma das favoritas na competição, e, com certeza, as minhas adversárias me estudaram bastante. Acabei surpreendida por uma luta muito rápida. Até agora não entendi de tão rápida que foi”, disse Rafaela.

TEMPO ATÉ PARIS

O desempenho no Mundial de 2023 traz um copo que pode ser visto como meio cheio ou meio vazio. Pelo lado positivo, o Brasil conseguiu se manter entre os medalhistas mesmo sem contar com dois de seus melhores nomes na delegação e com a grande esperança de pódio caindo na primeira luta.

Pelo lado negativo, o Brasil não conseguiu evitar a queda no número de vitórias totais e a ficou fora da disputa de medalhas na disputa por equipes. Independente do olhar para o judô brasileiro após o Mundial de 2023, é necessário aprimorar as coisas boas e trabalhar o que não foi bom.

Na reta final para os Jogos Olímpicos, o Brasil deve passar a focar na corrida olímpica para conseguir classificar os 14 atletas, que é o número máximo, para Paris. Com a vaga garantida, os judocas buscam se colocar na melhor posição possível no ranking mundial para chegar bem na Olimpíada e conseguir manter a tradição do judô de seguir conquistando ao menos uma medalha olímpica para o país, o que acontece desde 1984.

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