Tribuna Ribeirão
Saúde

Brasil tem 77 mortes e 2.915 casos de covid-19

ADRIANO MACHADO/ REUTERS

Nesta quinta-feira, 26 de março, completa um mês do primeiro caso confirmado do novo coronavírus (covid-19) no Brasil. Durante este perí­odo a pandemia produziu 77 mortes, conforme atualiza­ção do Ministério da Saúde divulgada hoje (26). A taxa de letalidade é de 2,7%. Na quarta-feira (25), as mortes já haviam se expandido para além de São Paulo e do Rio de Janeiro, com falecimentos em Pernambuco, no Rio Grande do Sul e no Amazonas.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, retifi­cou o número de mortes no país. No relatório constavam 78 óbitos, com um caso no Distrito Federal. Mas Man­detta afirmou que o registro foi feito por engano e que DF não tem morte por co­vid-19. Considerando um mês após o primeiro infec­tado, o Brasil fica atrás da China (213 mortes e 9.802 casos) mas a frente da Itália (29 mortes e 1.694 casos).

O secretário executivo do Ministério da Saúde, João Ga­bbardo dos Reis, afirmou que a comparação entre Brasil e Itália deve ser ponderada por uma série de aspectos, como pelo fato dos países terem fai­xas etárias diferentes (a Itália com mais idosos) e pelo Brasil ter mais leitos de Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) do que aquele país.

“O fato de termos mais casos não significa nada. Nós começamos de forma mais lenta, mas em compensação a Itália teve crescimento abrup­to, que esperamos que nós não tenhamos. Pode ser que daqui a uma semana, nossa situação seja muito melhor que a Itália. Temos uma expectativa que nós não vamos ter número de óbitos proporcional que Itália está tendo. Precisamos esperar mais algumas semanas”, res­pondeu.

O total de casos confirma­dos saiu de 2.433 ontem para 2.915 casos, alta de 19,8% e 482 a mais. O resultado de ontem marcou um aumento de 54% nos casos em relação ao início da semana, quando foram contabilizadas 1.891 pessoas infectadas. Do total de mortes, 58 foram em São Paulo, nove no Rio de Janei­ro, três no Ceará, três em Per­nambuco, uma no Amazo­nas, uma no Rio Grande do Sul, uma em Santa Catarina e uma em Goiás.

Como local de maior circu­lação do novo coronavírus no país, São Paulo também lidera o número de pessoas infecta­das, com 1052 casos confir­mados. Em seguida vêm Rio de Janeiro (421), Ceará (235), Distrito Federal (200), Rio Grande do Sul (158) e Minas Gerais (153).

Também registram casos confirmados Santa Catari­na (122), Bahia (104), Paraná (102), Amazonas (67), Per­nambuco (48), Espírito Santo (39), Goiás (39), Mato Gros­so do Sul (25), Acre (24), Rio Grande do Norte (19), Sergipe (16), Pará (13), Alagoas (11), Mato Groso (11), Maranhão (10), Piauí (nove), Roraima (oito), Tocantins (sete), Ron­dônia (cinco), Paraíba (cinco) e Amapá (dois).

Balanço de um mês
A avaliação da equipe do Ministério da Saúde é que o avanço do número de casos de coronavírus tem sido abaixo da expectativa, com evolução de 33% a cada dia. Desde o 100º caso, a média foi de 31% por dia. Nesta semana, houve dias em que os números subiram abai­xo dos 20%. Contudo, o secre­tário de vigilância e saúde, Wa­nderson de Oliveira, lembrou que isso se deve também ao fato dos testes que detectam a doença estarem sendo destina­dos a casos mais graves.

Com o aumento dos exames anunciado anteontem, a pers­pectiva é que o número seja ele­vado. Ele ressaltou como pon­tos positivos do enfrentamento à pandemia no país a força do sistema de saúde, a capacidade de detectar “oportunamente” o surto, a disponibilização de material para assistência e as ações para atenção primária. Já entre os pontos negativos ressaltou o fato de nos últimos anos não ter havido investi­mento na automatização de laboratórios centrais.

A perspectiva para próxi­mo mês é que a epidemia au­mente no Brasil, uma vez que o país está no início da curva de crescimento pela qual ou­tras nações já estão passando, como Estados Unidos, Itália e Espanha. A equipe disse que não anunciará projeções de casos, mas adiantou que deverá haver mais mortes e mais casos.

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