As mortes em razão do novo coronavírus subiram para sete, mas o Ministério da Saúde contabilizava seis nesta quinta-feira, 19 de março, porque não havia sido notificado do quinto óbito registrado no Estado de São Paulo. Já os casos confirmados saltaram de 428 para 640, aumento de 49,5%, mas a pasta divulgou o número oficial de 621 porque não havia sido informadas pelas secretarias estaduais da Saúde dos demais 19 testes positivos para covid-19.
A morte em São Paulo é de um homem de 77 anos com comorbidade, que residia na cidade de São Paulo. Segundo os dados oficiais, o Estado segue como foco da disseminação do vírus, com 286 casos. Em seguida vêm Rio de Janeiro (65), Brasília (42), Bahia (30), Minas Gerais (29) e Rio Grande do Sul e Pernambuco (28). Além desses estados, foram registrados casos no Paraná (23), Santa Catarina e Ceará (20), Goiás (12), Espírito Santo (11), Mato Grosso do Sul (sete), Sergipe (seis), Alagoas (quatro), Acre e Amazonas (três) e Pará, Tocantins, Rio Grande do Norte e Paraíba (um).
O governo do Rio de Janeiro confirmou duas mortes nesta quinta-feira, uma das vítimas é um idoso de 69 anos que morava em Niterói, na região metropolitana. Ele era diabético e hipertenso, características que o colocavam no grupo de risco da covid-19. O homem teve contato com uma pessoa que voltou de viagem ao exterior.
O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, já havia confirmado que o teste da vítima havia dado positivo para o vírus. Faltava, contudo, a contraprova. Pouco antes dessa confirmação, o gabinete de crise do governo estadual tinha confirmado a primeira morte no Estado: uma idosa de 63 anos que morava em Miguel Pereira, no sul do Rio de Janeiro.
Ela trabalhava como empregada doméstica na capital e teve contato com a patroa, que havia voltado de viagem da Itália e testado positivo para o coronavírus. Diabética e hipertensa, ela não aparecia entre os casos confirmados no Estado, o que explicita a dificuldade de mensurar a velocidade da propagação do vírus. O idoso de Niterói também não aparecia entre os casos confirmados.
Desde ontem, o Ministério da Saúde deixará de trabalhar com casos suspeitos, passando a divulgar apenas as situações confirmadas e as mortes decorrentes da doença resultante da infecção pelo vírus. O Brasil tem “transmissão sustentada” da doença em ao menos sete Estados. Essa transmissão foi identificada em São Paulo e Pernambuco, no sul de Santa Catarina (região de Tubarão) e em três capitais: Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS). A transmissão comunitária se dá quando não é mais possível saber quem passou o vírus para quem.
Testes
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o registro dos primeiros oito kits específicos para diagnóstico do novo coronavírus, que prometem apresentar o resultado das análises em cerca de dez minutos. O órgão não deu detalhes sobre cada produto e fabricante. Há cerca de dez empresas interessadas em entrar no mercado brasileiro com dispositivos de diagnóstico rápido.
Uma delas é a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que estima conseguir entregar em até três semanas ao governo um teste deste tipo a partir de uma parceria com empresa privada. Segundo a Anvisa, seis dos testes aprovados são do tipo “ensaio imunocromatográfico”, que usa amostras de sangue, soro ou plasma. Outros dois são para detecção com uso de swab, instrumento semelhante a um cotonete que retira amostra das vias respiratórias dos pacientes, da nasofaringe e orofaringe.