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Brasil supera EUA na proporção de vacinados

© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O Brasil superou os Esta­dos Unidos na porcentagem de pessoas com imunização com­pleta contra covid-19. Atual­mente, a parcela de brasileiros que receberam duas doses ou dose única é de 59,75%, ante 57,62% dos americanos. Os dados são da plataforma Our World in Data, gerida por pesquisadores da Universida­de de Oxford.

Mesmo tendo largado atrás e enfrentado problemas de fal­ta de vacinas, o Brasil acelerou o ritmo da vacinação princi­palmente a partir de agosto. Com aumento na disponibi­lização de doses, a adesão da população brasileira passou a ser determinante para o cená­rio atual. Esse aspecto é reflexo de um forte histórico de cam­panhas de vacinação no país e da atuação capilarizada do Sistema Único de Saúde (SUS), que, além de disponibilizar as vacinas, faz com que elas che­guem a áreas remotas.

Dados do Our World in Data apontam que os Estados Unidos ultrapassaram a marca de 50% de vacinados com duas doses em 7 de agosto, quando a cobertura vacinal no Brasil era menos da metade que isso, cerca de 21%. Para se fazer um paralelo, segundo infor­mações reunidas pelo con­sórcio de veículos de impren­sa, o qual o Estadão integra, o Brasil bateu a marca de 50% de vacinados no dia 21 de outubro. Menos de um mês depois, aproxima-se agora da cobertura vacinal de 60%.

A despeito da ampla dis­ponibilidade de imunizantes, a vacinação com duas doses ou dose única não avançou tão rápido nos Estados Uni­dos após o país ter chegado à marca de 50%, indicando problemas de adesão vacinal. Com a liberação da vacinação de crianças nos EUA, a cober­tura vacinal deve aumentar no país, mas não a ponto de co­locá-lo novamente como um dos protagonistas da vacina­ção contra covid.

De acordo com dados do Our World in Data, os Esta­dos Unidos figuraram entre os três países com maior co­bertura vacinal até o final de junho. Depois disso, porém, começaram a ser ultrapassa­dos por outros países e hoje está abaixo de mais de 20 pa­íses no ranking. Atualmente, Portugal e Chile, por exemplo, têm mais de 80% da população com esquema vacinal comple­to. Ao mesmo tempo, há países cujos indicadores estão abaixo de 2%, como Nigéria e Etiópia, revelando a disparidade na va­cinação contra covid.

A primeira vacina contra a covid-19 aplicada nos Estados Unidos fora de um contexto de estudo clínico foi em 14 de dezembro de 2020. Uma enfer­meira de um hospital do Que­ens, em Nova York, recebeu a aplicação da primeira dose da Pfizer/BioNTech.

No Brasil, a primeira dose foi recebida também por uma enfermeira, só que em 17 de janeiro. Ou seja, pouco mais de um mês depois após o início nos Estados Unidos. A funcio­nária do Hospital Emílio Ribas Mônica Calazans foi vacinada com a Coronavac, produzida no país pela farmacêutica Si­novac em parceria com o Ins­tituto Butantan.

Para além da diferença no começo da vacinação, o Brasil enfrentou ainda escassez de doses após o início da campa­nha, o que afetou o avanço da cobertura vacinal no país. No início de julho, enquanto os Estados Unidos tinham cerca de 48% da população com va­cinação completa contra covid, no Brasil este mesmo índice não chegava a 13%. Com as di­ferenças de disponibilidade de vacinas minimizadas ao longo dos últimos meses, o Brasil se aproximou dos Estados Uni­dos e agora caminha para se manter com os índices em alta.

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