Tribuna Ribeirão
Economia

Brasil segue com 62,4 milhões de devedores

MARCELLO CASAL JR./AG.BR.

O número de brasileiros com alguma conta em atraso fi­cou estagnado em 62,4 milhões – o equivalente a 40,6% da po­pulação adulta – na passagem de agosto para setembro. Na comparação com setembro do ano passado, o total de pessoas inadimplentes subiu 3,9%, con­forme levantamento da Confe­deração Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).

Segundo o presidente da CNDL, José Cesar da Costa, o desemprego elevado e a ren­da ainda abaixo dos patama­res anteriores à crise seguem prejudicando a capacidade de pagamento dos consumidores. “Esse quadro só deve ser rever­tido com a melhora do mer­cado de trabalho, o que exige por sua vez uma recuperação econômica mais vigorosa”, diz o executivo, ao comentar o re­sultado do levantamento.

O balanço abrange desde dívidas bancárias – como fa­turas atrasadas de cartão de crédito e empréstimos bancá­rios não pagos – a crediários abertos no comércio e dívi­das com empresas que pres­tam serviços de telefonia, TV por assinatura e internet. Na comparação com setembro de 2017, as dívidas bancárias – entre cartão de crédito, che­que especial e empréstimos – subiram 8,5% no mês passa­do, a alta mais expressiva.

Já o número de brasileiros que atrasaram pagamento de crediários no comércio mos­trou queda de 6,1%. Nas contas de serviços básicos, como água e luz, houve queda de 1,1% no total de consumidores em atraso. O indicador revela que o aumento mais acentuado da inadimplência acontece entre a população mais velha. Na comparação entre setembro de 2018 e setembro do ano passa­do, houve um crescimento de 10,0% na quantidade de ina­dimplentes entre 65 e 84 anos.

Em número absoluto, esti­ma-se um total de 5,4 milhões de consumidores com o Ca­dastro de Pessoa Física (CPF) restrito nessa faixa etária. Con­siderando os brasileiros de 50 a 64 anos, a alta no número de negativados foi de 6,2%, com 12,9 milhões, e na população de 40 a 49 anos foi de 4,9%, com 14 milhões de inadimplentes. Os dados apontam ainda que a maior parte dos inadimplen­tes (51,5%) permanece na faixa dos 30 aos 39 anos.

São 17,7 milhões de pesso­as que não conseguem honrar seus compromissos financei­ros. Na população mais jovem, os números também são ex­pressivos: 7,7 milhões de ina­dimplentes entre 25 a 29 anos e 4,4 milhões com contas atrasa­das têm entre 18 e 24 anos.

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