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Brasil proíbe voos de seis países africanos

Foto: Rawpixel/Envato Elements

O Ministério da Saúde emi­tiu nesta sexta-feira, 26 de no­vembro, uma “comunicação de risco” sobre a nova variante do coronavírus identificada como B.1.1.529 na África do Sul e re­cém-batizada de Omicron pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No alerta, a pasta afirma que a vacinação “provavelmen­te” contribuirá na resposta à do­ença, destaca que medidas como o uso de máscara, o distancia­mento social e o isolamento de casos suspeitos são “essenciais” e aponta que, até agora, ne­nhum caso dessa variante foi identificado no Brasil.

A “comunicação de risco” é um documento produzido pelo Ministério da Saúde para “apoiar na divulgação rápida e eficaz” de dados que ajudem na “tomada de medidas de prote­ção e controle em situações de emergência em saúde pública”. “Estar vigilante é fundamental”, aponta o documento de doze páginas. A pasta já fez reuniões multidisciplinares, com servi­dores de diferentes secretarias, como a de Vigilância em Saúde (SVS) e a Extraordinária de En­frentamento à Covid (Secovid) para tratar da nova variante.

A previsão é de que as equipes continuem discu­tindo a extensão do que está ocorrendo na África do Sul e os impactos em outros países, incluindo o Brasil, durante o fim de semana. A avaliação do Ministério da Saúde, no comu­nicado, é de que “a vacinação irá provavelmente contribuir para a resposta” e “as medidas não farmacológicas continuam sendo essenciais até que as va­cinas estejam disponíveis em número suficiente e demons­trem ter um efeito atenuante”.

O Brasil vai fechar as fron­teiras aéreas para passageiros vindos da África do Sul, Botsu­ana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue a partir de segun­da-feira (29), informa o minis­tro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. A informação foi divulgada em uma rede social, e a portaria deve ser publica­da em edição extra do “Diário Oficial da União” neste sábado (27), seguindo orientação da Agência Nacional de Vigilân­cia Sanitária (Anvisa).

O número de pessoas va­cinadas com ao menos uma dose contra a covid-19 no Bra­sil até quinta-feira (25) chegou a 158.447.349, o equivalente a 74,28% da população. Um total de 52 mil pessoas receberam a primeira aplicação da vacina, de acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa junto a secretarias de 26 Estados e Distrito Federal.

Entre os mais de 158 mi­lhões de vacinados, 131,64 mi­lhões estão com a imunização completa contra o coronaví­rus, o que representa 61,72% da população total. Em 24 horas, 1,27 milhão de pessoas receberam a segunda dose e outras 23,1 mil receberam um imunizante de aplicação única.

As diretrizes de prevenção e controle para a Omicron conti­nuam as mesmas já apontadas pela própria Saúde, segundo o documento. Os procedimentos devem ser seguidos “de forma integrada, a fim de controlar a transmissão da covid-19 e suas variantes, permitindo também a retomada gradual das ativi­dades desenvolvidas pelos vá­rios setores e o retorno seguro do convívio social”.

“Entre as medidas indicadas pelo MS, estão as não farmaco­lógicas, como distanciamento social, etiqueta respiratória e de higienização das mãos, uso de máscaras, limpeza e desinfecção de ambientes e isolamento de casos suspeitos e confirmados conforme orientações médicas”, informa o comunicado.

O documento da Saúde tam­bém destaca as ações que devem ser tomadas pelos profissionais de saúde na identificação de qualquer nova variante, incluin­do a Omicron. A notificação deve ser “imediata” à vigilância epidemiológica local.

Segundo o Ministério da Saúde a investigação de casos de novas variantes deve seguir um passo a passo, que inclui o monitoramento de viajantes com sinais e sintomas decla­rados por pelo menos 14 dias e de viajantes assintomáticos pelo menos por sete dias.

A comunicação do Ministé­rio da Saúde afirma que a pasta sul-africana emitiu um alerta anteontem sobre a nova varian­te. A Omicron foi identificada em 23 de novembro em amos­tras coletadas entre 12 e 20 do mesmo mês, na província de Gauteng, de acordo com o do­cumento da Saúde brasileira.

“O expressivo aumento de casos entre as Semanas Epi­demiológicas de 44 a 46 em Tshwane detectados por PCR, identificou nova variante, com mais de 30 mutações na proteí­na S, a partir do sequenciamen­to completo. Houve aumento de casos em várias províncias do país”, destaca trecho do relatório do Ministério da Saúde.

“Existem 66 isolados regis­trados distribuídos entre 58 África/Gauteng; 6 África/Bot­swana; 2 Ásia/Hong Kong. Os dados do Ministério da Saúde da África do Sul apresentam, até o momento, 77 casos loca­lizados na província de Gau­teng, mas acredita-se que os casos possam estar nas demais províncias devido ao aumento de casos exponencialmente.”

A OMS batizou a nova va­riante como Omicron e classifi­cou a cepa como uma ”variante de preocupação”. De acordo com a entidade, a decisão foi tomada por conta da grande quantidade de mutações apre­sentada pela variante, sendo que algumas delas apresentam “características preocupantes”.

“Neste momento, há muitos estudos em andamento e muito trabalho na África do Sul e em outros países para que se possa caracterizar melhor a variante em termos de transmissibilida­de, severidade e qualquer tipo de impacto em medidas de combate, como o uso de kits diagnósticos, terapias e vacinas”, informa a líder técnica de resposta à covid-19 da OMS, Maria Van Kerkhove.

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