Pela terceira vez seguida, o Brasil registrou novo recorde de mortes decorrentes do novo coronavírus em um único dia, nesta quinta-feira, 9 de abril. De quarta-feira (8), quando o Ministério da Saúde divulgou que a covid-19 já havia feito 800 vítimas fatais, para ontem foram registrados mais 141 óbitos, quase seis por hora. No total, 941 pessoas já morreram por causa da doença no país. No tocante ao perfil, 41% eram mulheres e 59%, homens. A taxa de letalidade subiu de 5% para 5,3%.
O número total de casos oficialmente confirmados subiu de 15.927 para 17.857 casos, um aumento de 12,1% em apenas 24 horas – foram 1.930 novas confirmações em 24 horas. Há pessoas infectadas em todos os Estados brasileiros. Só Tocantins não registrou morte por covid-19 até este momento. São Paulo concentra o maior número, com mais da metade do número de óbitos (496). O estado é seguido por Rio de Janeiro (122), Pernambuco (56), Ceará (55) e Amazonas (40).
Além disso, foram registradas mortes no Paraná (22), Bahia (19), Santa Catarina (17), Minas Gerais (15), Distrito Federal (13), Maranhão (12), Rio Grande do Sul (12), Rio Grande do Norte (11), Goiás (7), Pará (7), Paraíba (7), Espírito Santo (6), Piauí (6), Sergipe (4), Alagoas (3), Mato Grosso do Sul (2), Amapá (2), Acre (2), Mato Grosso (2), Rondônia (2) e Roraima (1).
O Brasil registrou na terça-feira, pela primeira vez desde o início da pandemia, mais de 100 mortes pela covid-19 em um dia. A tendência, segundo o Ministério da Saúde, é que esses recordes sejam superados dia após dia, com a escalada das contaminações esperada para as próximas semanas.
Mantido o atual ritmo de crescimento de casos de contaminações por coronavírus, o país pode atingir a marca de 100 mil pessoas com a doença ao fim das duas próximas semanas.
O aumento dos casos depende diretamente da capacidade de testes do governo, algo que tem enfrentado problemas críticos para ser executado. Os testes em massa da população permitem que setor de saúde do País, público e privado, se planeje e organize minimamente uma estrutura capaz de atender os pacientes com suprimentos, estrutura de leitos e apoio médico. A avaliação técnica do Ministério da Saúde continua a mostrar que o Brasil não está com nenhuma condição adequada neste momento, envolvendo insumos médicos, estrutura hospitalar e capacidade de atendimento.
O planejamento do Ministério da Saúde conta com 22,9 milhões de testes, adquiridos ou doados, incluindo os testes moleculares, que são mais precisos no resultado, e os testes rápidos (sorológicos). Ocorre que, até agora, só há previsão de entrega para 9,183 milhões. Para as demais 13,7 milhões de unidades, o prazo é uma incógnita. Na prática, o ministério recebeu apenas 9,9% desta parcela de testes com entrega programada.
Do total de casos, 3.871 (12%) estão em estado grave, necessitando de internação em hospitais de referência em todo o Brasil. Atualmente, dos 941 óbitos confirmados, 78% ocorreram em pessoas com mais de 60 anos – na semana passada, eram 90% – e 74% do total das vítimas, apresentavam pelo menos um fator de risco: 336 dos pacientes tinham alguma cardiopatia, 240 diabetes, 82 apresentavam alguma pneumopatia e 55 apresentavam alguma condição neurológica.
As outras comobirdades que preocupam são doença renal, imunodepressão, obesidade e asma. Pessoas idosas se enquadram no grupo de risco, mesmo que não tenham nenhum problema de saúde associado. O Ministério da Saúde incluiu as gestantes no grupo mais suscetíveis aos efeitos da covid-19, assim como as puérperas, ou seja, mulheres que deram à luz recentemente.
Mundo
Globalmente, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins, os casos de covid-19 chegaram a 1,58 milhão às 17h15 desta quinta-feira. A instituição americana somou até o momento quase 95 mil vítimas fatais desde que a doença foi identificada. Os países com mais mortos são Itália (18.279), Estados Unidos (16.129), Espanha (15.238) e França (12.228).