O número de casos suspeitos de coronavírus no Brasil subiu para 13, segundo balanço divulgado na tarde desta sexta-feira, 31 de janeiro, pelo Ministério da Saúde. O Estado de São Paulo concentra a maioria das possíveis infecções, com sete em investigação.
De acordo com a pasta, sete Estados têm casos em investigação: além de São Paulo, com sete registros, apuram possíveis infecções o Rio Grande do Sul (dois), Santa Catarina (um), Paraná (um), Minas Gerais (um) e Ceará (um). Nesta sexta-feira, Reino Unido, Rússia e Suécia relataram já ter infecções pela doença em seus territórios.
Na quinta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência em saúde pública de interesse internacional por causa do risco de surto global da doença. No mesmo dia, a Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto anunciou medidas preventivas contra o coronavírus – a cidade não tem nenhuma notificação de caso suspeito.
A secretaria vai adotar, a partir de segunda-feira, 3 de fevereiro, um sistema de notificações em tempo real para agilizar a prevenção e o atendimento a eventuais casos suspeitos do novo coronavírus 2019 n-CoV na cidade. A Companhia de Desenvolvimento Econômica (Coderp) vai informatizar o sistema para que os profissionais das unidades de saúde façam a notificação em tempo real.
Serão considerados casos suspeitos as pessoas com febre, sintomas de gripe e resfriado e que, inicialmente, tenham recentemente viajado para a China. A Secretaria Municipal da Saúde vai colher secreções nasais, exame de sangue e, dependendo do caso, se for grave, será encaminhado ao hospital. Caso contrário a quarentena vai ser feita na casa do paciente.
O governo do Estado anunciou a criação do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública Estadual para desenvolver ações preventivas para o coronavírus e medidas para atendimento de casos suspeitos, além da aquisição de kits para diagnosticar a doença.
“Foi elaborado um plano de contingência com o Ministério da Saúde que tem três eixos: vigilância em saúde, assistência e comunicação. Temos leitos para fazer o atendimento de casos, o que não é a situação desses três casos suspeitos, que estão sendo atendidos em casa”, explica o secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann.
A gestão estadual informou que R$ 200 mil foram destinados para a aquisição de kits diagnósticos para o Instituto Adolfo Lutz. “Receberemos na segunda do Ministério da Saúde mais kits para complementar, dada a dimensão da necessidade diagnóstica”, diz Paulo Menezes, coordenador de controle de doenças da Secretaria de Estado da Saúde.
Segundo Menezes, os resultados dos exames devem ser conhecidos em um curto período de tempo. “Estamos com uma logística para a amostra chegar ao laboratório de forma mais rápida. A partir da coleta, tem capacidade de dar o resultado em até 72 horas após a chegada da amostra”. De acordo com o coordenador, as amostras dos três casos suspeitos já estão em análise e o resultado deve ser divulgado na próxima segunda-feira (3).
Plano de monitoramento
Na semana passada, a Secretaria de Estado da Saúde anunciou a criação de um plano para monitoramento e resposta para casos suspeitos de coronavírus no Estado de São Paulo, uma mobilização que vai englobar os principais hospitais de referência, como Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Hospital das Clínicas.
A pasta informou ainda que profissionais estão sendo treinados para fazer a detecção e notificação de possíveis casos da doença. O Plano de Risco e Resposta Rápida se baseia nas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde para oferecer as informações aos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado.