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Brasil é destaque em energia limpa, afirmam especialistas em Fórum de Políticas Públicas do Crea-SP

Ribeirão Preto é referência mundial em produção de bioenergia - Foto Divulgação

País detém o maior potencial para eficiência energética e Ribeirão Preto é referência mundial em produção de bioenergia

O Fórum de Políticas Públicas do Crea-SP realizado em Ribeirão Preto, na sexta-feira (21/06), foi palco de um debate sobre o futuro energético do País. Entre especialistas, profissionais da área tecnológica e gestores públicos, foi abordado o desempenho das cadeias produtivas e das fontes energéticas brasileiras diante da necessidade global de economias mais limpas e de menor impacto ambiental.

Lideranças regionais e nacionais participaram dos debates – Foto: Divulgação

Baseado em uma matriz elétrica renovável – segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), as três maiores geradoras são hídrica (55%), eólica (14,8%) e de biomassa (8,4%) – e com a maior substituição de gasolina por etanol no mundo – de acordo com o Arranjo Produtivo Local do Álcool (APLA) -, o Brasil deve aproveitar o histórico para se posicionar como protagonista da transição energética frente às emergências climáticas e às práticas de desenvolvimento sustentável.

Para que isso aconteça, chegou à conclusão o terceiro encontro do Fórum do Crea-SP, faltam políticas públicas perenes para regulação, infraestrutura e segurança, além da definição de metas e incentivos fiscais; transformação cultural e educacional da base ao público técnico, com estímulo à pesquisa; e, por fim, a integração entre profissionais, poder público, iniciativa privada e sociedade civil. “Estamos trabalhando para discutir os problemas e auxiliar na solução deles. Os profissionais são fundamentais, pois têm essa expertise para diagnosticar e fazer bons projetos que resultarão na melhor qualidade de vida da população”, defendeu a presidente do Conselho, Eng. Lígia Mackey.

A fala foi endossada pela secretária da pasta de Infraestrutura de Ribeirão Preto, Arq. Catherine D’Andrea, que representou o prefeito Eng. Agr. Duarte Nogueira. “O que mais precisamos para desenvolver uma cidade é essa aproximação de pessoas técnicas e pesquisadores”, afirmou Catherine. “Por isso a importância de reunir quem realmente entende o setor”, completou o presidente da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (AEAARP), Eng. Fernando Junqueira.

As estratégias para essa condução vieram dos especialistas convidados, que discutiram o lado prático da eficiência energética, em mediação feita pelo deputado federal Eng. Arnaldo Jardim, ex-secretário estadual de Agricultura e Abastecimento e de Habitação. “O mundo está em busca de novas alternativas e está mudando as formas de produzir e de consumir”, pontuou.

O Eng. Adriano Bardella Monteiro, gestor pelo Sebrae-SP do Arranjo Produtivo Local (APL) Sucroalcooleiro de Sertãozinho, acrescentou que “a Engenharia vem antes do desenvolvimento”, inclusive. Para ele, é preciso mostrar a vantagem competitiva do Brasil.

Reverenciando iniciativas que deram certo, como o Programa Nacional do Álcool (ProÁlcool), o empresário Maurílio Biagi Filho,  presidente do Comitê de Agroenergia e de Biocombustíveis da Sociedade Rural Brasileira (SRB), compartilhou sua experiência enquanto participante ativo do crescimento da agroindústria sucroenergética. Ele comentou a relação do lançamento do álcool, momento em que pesquisadores internacionais vieram para entender o motivo da aposta automobilística no combustível, com a realidade atual, em que, relatou, somente 30% dos carros flex usam etanol.

Inserindo os profissionais no debate

Como fazer a energia renovável ser utilizada de forma eficiente? A chave está na área tecnológica. Como não é mais preciso construir grandes empreendimentos geradores, a virada entre o consumo nos moldes contemporâneos para um modelo de eficiência energética depende de investimento para melhor aproveitamento do que já é produzido. “Os profissionais entram para renovar isso, com olhar para a redução do consumo e da emissão de gases de efeito estufa”, falou o Eng. Laércio Cardoso, da Secretaria de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (SAERP).

O epicentro da bioenergia, localizado na macroregião sede do Fórum, vem do lugar em que se criam soluções. “O protagonismo do Brasil só vai continuar se investirmos muito em educação, formando novos engenheiros voltados para a economia verde. Há um tempo, queimávamos cana. Hoje, sabemos que dá para fazer etanol da palha dela”, manifestou Paulo Montabone, diretor da Fenasucro & Agrocana, maior feira voltada exclusivamente aos elos da cadeia produtiva de bioenergia.

O cenário, enfatizou ele, passou por uma evolução completa na última década, saindo de engenhos que faziam bebidas alcoólicas para usinas que produzem hidrogênio verde do etanol, e do biogás ao combustível sustentável de aviação (SAF).

A inserção dos profissionais neste contexto segue sendo de iniciativas como a do Crea-SP. “A eficiência energética vai guiar nossos planos daqui pra frente, principalmente diante das emergências climáticas, pois todas as políticas públicas vão ser pautadas nisso. E, a cada cidade que o Conselho leva um evento desse, leva junto a preocupação que temos com o desenvolvimento”, declarou o conselheiro federal do Sistema Confea/Crea e Mútua por São Paulo, Geol. Ronaldo Malheiros.

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