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Brasil de olho em dez mi de doses da Sputnik

REUTERS

O Brasil negocia a com­pra de dez milhões de doses de vacina contra a covid-19 Sputnik V, desenvolvida na Rússia pelo Instituto Gama­leya, informou nesta sexta­-feira, 5 de fevereiro, o Mi­nistério da Saúde (MS). A manifestação do interesse do país no imunizante foi fei­ta durante reunião com re­presentantes do laboratório União Química, farmacêuti­ca responsável no Brasil pela vacina russa. A entrega pode demorar três meses.

De acordo com o minis­tério, a decisão de avançar as negociações ocorreu após a Agência Nacional de Vigilân­cia Sanitária (Anvisa) autori­zar o novo protocolo com a simplificação do processo de concessão de uso emergen­cial e temporário de vacinas, dispensando a realização, no Brasil, de estudos clínicos da fase 3. O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse que a compra da vacina também está con­dicionada ao custo do imuni­zante, que, segundo ele, “deve ser competitivo”.

“Iremos contratar e com­prar as dez milhões de doses se o preço for plausível, e efe­tuaremos o pagamento após a Anvisa dar a autorização para uso emergencial da Sputnik V, fazendo a disponibilização imediatamente aos brasileiros”, diz Franco. A quantidade de doses se baseou em documen­to apresentado à pasta pelo Fundo Soberano Russo/Insti­tuto Gamaleya, da Rússia, onde o imunizante é fabricado.

No Brasil, a vacina será produzida no Distrito Fede­ral sob responsabilidade da farmacêutica União Química. Segundo o ministério, pelo cronograma, o país receberia 400 mil doses uma semana após a assinatura do contrato de compra. Outros dois mi­lhões estariam no Brasil um mês depois e mais 7,6 milhões ao longo do segundo e tercei­ro meses, mas o cronograma pode atrasar, diz a pasta.

O secretário-executivo disse ainda que o ministério estuda a aquisição da vacina produzida pela União Quí­mica no Brasil. A expectativa é que o laboratório consiga produzir, a partir de abril, 8 milhões de doses. “Futura­mente, a depender dos en­tendimentos que tivermos com a União Química, inte­ressa-nos também adquirir a produção que a empresa vier a fazer no Brasil dessa vaci­na”, disse Franco.

Polêmica
O presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, viu na noite de quinta-feira (4) concretizar-se a ameaça do líder do governo na Câma­ra, Ricardo Barros (PP-PR), de “enquadrar” o órgão. Isso porque o Congresso aprovou alterações em uma medida provisória para determinar que a agência “concederá” o uso emergen­cial de vacinas aprovadas em outros países, incluindo a Rússia e a Argentina.

Na leitura de Barra Tor­res, que estuda ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) con­tra este item, o texto obriga a aprovar as vacinas mesmo sem uma análise da agência brasileira e lança dúvidas so­bre a segurança e eficácia dos produtos que entrarem no país por este caminho.

“Se isso prosperar, a An­visa passa a ter papel mera­mente cartorial, deixa de ter seu poder de análise. O texto acrescenta essa questão que seria automática (a aprova­ção), completamente isenta de análise”, diz o chefe da Anvisa.

Barra Torres afirma que a proposta do Congresso, que segue para a sanção presiden­cial, “destruirá de forma irre­parável” a credibilidade do país. “Para quem estiver de fora do Brasil verá que algum motivo houve (para a mu­dança na MP), por mais que incompreensível. Certamente a credibilidade do País estará comprometida”, declara.

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