Por Hugo Luque
O Botafogo recebe o São Paulo nesta segunda-feira, às 20h, no Estádio Santa Cruz/Arena Nicnet, pela segunda rodada do Campeonato Paulista. Será a estreia do Pantera diante de sua torcida e a equipe de Márcio Zanardi conta justamente com este fator para dar uma resposta ao início ruim de temporada.
Na partida inicial, o Tricolor de Ribeirão Preto foi derrotado pelo Guarani por 2 a 0, no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas (SP), na quarta-feira. O revés deixou uma má impressão em relação ao elenco, reformulado no fim do ano passado após as campanhas ruins no estadual e na Série B do Campeonato Brasileiro – o time brigou para não cair nas duas competições.
Com um grupo mais experiente, repleto de jogadores acima dos 30 anos, a expectativa era de menos erros. Porém, não foi o que aconteceu. Claro, foram os primeiros 90 minutos oficiais de 2025, mas os dois gols do Bugre saíram em falhas que envolveram o zagueiro Edson. No primeiro, o lateral-esquerdo Jean Victor cabeceou mal, para o meio da própria área, e a bola resvalou no capitão antes de entrar. Já no segundo, o reforço vindo do Goiás deu bobeira na saída de bola, foi desarmado e viu o rival estufar a rede.
“Não era o que a gente queria. Tomamos um gol bobo, o jogo estava parelho. O Jean acabou se confundindo, ficou em dúvida e a bola pegou no Edson. Tivemos a chance de empatar, mas depois levamos o segundo com uma saída errada do Edson. Não foi só o Edson que errou. Foi todo mundo. Não foi só o Jean que errou. Foi todo mundo”, disse o atacante Silvinho, outro estreante.
Apesar do resultado adverso, que incomodou a torcida, já abalada pelo drama de 2024, o técnico Zanardi enxergou pontos positivos. Diferente da temporada passada, quando o comandante pegou o “bonde” em movimento, a busca do Bota agora é por um jogo com mais domínio ofensivo e jogadas bem trabalhadas.
A pontaria precisa melhorar – foram 11 finalizações, nenhuma na direção do gol –, mas a posse de bola e o número de passes trocados evidenciaram a mudança de filosofia diante do Bugre. Além disso, a quantidade de atletas mais rodados trouxe, na primeira rodada, um clima diferente ao vestiário.
“De ponto positivo, primeiro é ver o vestiário, em que todo mundo está se cobrando. Ganhar, perder e empatar faz parte do jogo, mas a forma que você perde e tentar jogar o tempo todo… o Botafogo não se omitiu, marcou pressão alta o tempo todo. Tentou ter a bola. Essa atitude, essa mentalidade que estamos construindo funcionou bem e precisamos enaltecer essa situação. É ter pé no chão e calma, porque é uma competição dura e jogar fora de casa não é fácil”, afirmou o treinador.
Logo de cara, o Pantera teve uma baixa importante. O goleiro Victor Souza deixou o campo com dores ainda no primeiro tempo contra o Guarani e pode ficar de fora do confronto com o São Paulo. Ele foi substituído por João Carlos, que deve assumir o posto na estreia como mandante do time em 2025.
Uma provável escalação tem: João Carlos; Jeferson, Alysson, Edson e Jean Victor; Jean Mangabeira (Sabit), Gabriel Bispo e Leandro Maciel; Toró (Douglas Baggio), Silvinho e Pablo Thomaz (Alexandre Jesus).
Histórico
O duelo de tricolores chega à marca centenária de partidas oficiais nesta segunda-feira. Desde 1957, foram 99 encontros, com amplo domínio paulistano: 53 vitórias são-paulinas, 29 empates e 17 triunfos botafoguenses.
Por terem feito parte do mesmo grupo no Campeonato Paulista de 2024, o último embate entre os dois adversários foi em 2023, também pelo estadual. Foi a última visita do São Paulo a Ribeirão, com direito a vitória por 3 a 1. Os gols do time da capital foram de Luan, Galoppo e Juan. Foi de virada, porque Robinho, aos três minutos, foi quem abriu o placar para a equipe do Estádio Santa Cruz/Arena Nicnet.
A última vitória do Bota foi em 2020, por 1 a 0, também pelo Paulistão, com gol do zagueiro Didi.
São Paulo
Diferente do Tricolor de Ribeirão, o clube do Morumbis ainda não fez sua estreia no Paulista. A equipe faz pré-temporada na Flórida, nos Estados Unidos. O torneio amistoso FC Series já estava marcado na agenda são-paulina antes do anúncio do calendário brasileiro, afetado pela pausa para o Super Mundial de Clubes, no meio do ano.
Por isso, uma parte do plantel continua na América do Norte. No primeiro desafio, quarta-feira, os comandados de Luis Zubeldía empataram em 1 a 1 com o Cruzeiro. Foram duas escalações totalmente diferentes nas duas metades do jogo. O gol foi de Luciano, antes do intervalo. Já na etapa complementar, o lateral-esquerdo Enzo Díaz e o meia Oscar fizeram suas estreias.
“Estou feliz por estrear, deu para fazer algumas jogadas, criar algumas jogadas. É só o começo, primeiro amistoso da temporada. Também conhecendo mais nossos próprios jogadores. Estou feliz pela minha estreia. Foi um ‘mix’ do que vínhamos treinando durante a semana”, disse o camisa 8.
Essa mistura mencionada por Oscar vai impactar também o Paulistão. Como o Tricolor Paulista encerra sua passagem pelos Estados Unidos neste domingo, às 17h (de Brasília), contra o Flamengo, parte do plantel que não entrará em campo defenderá o São Paulo em Ribeirão. Dez atletas deixaram a delegação na América do Norte rumo ao Brasil antecipadamente.
“Vamos deixar um grupo bastante amplo aqui, outro lá, selecionar alguns jovens da Copinha. O mais importante é poder competir em todas as frentes, em todas as copas. Passando o Paulistão, podemos entrar bem na fase final”, disse Zubeldía.
Nem mesmo o técnico retornará para o duelo com o Botafogo, por conta de questões contratuais que envolvem o certame amistoso. Assim, o auxiliar Maxi Cuberas comandará o time da beira do gramado. Existe a possibilidade de o jovem atacante Ryan Francisco, destaque da Copa São Paulo de Futebol Júnior, aparecer na escalação.
Um provável 11 inicial tem: Rafael; Ferraresi, Arboleda, Sabino e Moreira; Bobadilla, Santi Longo e Rodriguinho; Henrique, William Gomes e Ryan Francisco.